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Prefeitura busca verba para remover favela
Administração foi condenada no ano passado a acabar com a invasão da Via Norte, mas recorreu ao TJ e tenta repasses
Na semana que vem, Dárcy Vera deve se reunir com o Ministério Público para apresentar suas ideias de retirada dos 81 barracos
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Condenada em primeira instância pela Justiça a remover e
assentar as famílias da favela da
Via Norte, em junho do ano
passado, a Prefeitura de Ribeirão deve tentar buscar recursos
externos para resolver a situação. A prefeita Dárcy Vera
(DEM) se reunirá com o Ministério Público para tratar do assunto daqui a cerca de dez dias.
A decisão contra a prefeitura,
assinada pelo juiz André Carlos
de Oliveira em 10 de junho, dá
prazo de 180 dias para a remoção de 81 barracos e realocação
dos desabrigados, sob pena de
multa de R$ 1 mil por dia.
O prazo só passa a valer a partir da sentença em última instância. O recurso da prefeitura
deve ser julgado até abril, de
acordo com o promotor Antonio Alberto Machado, que ingressou com a ação.
"Esta é a segunda decisão favorável da Justiça em casos como este, o que revela uma tendência do Judiciário em mandar o poder público remover favelas", disse.
Em outro caso, julgado no
ano passado, a Justiça deu prazo de um ano para o fim da favela das Mangueiras, no Jardim
Piratininga (leia texto nesta página).
A prefeita diz achar que o
prazo dado pela Justiça é muito
curto. "Quero explicar ao promotor que eu peguei a prefeitura há muito pouco tempo e os
prazos para os dois casos [Via
Norte e Mangueira] são muito
curtos. Tenho propostas para
as áreas, mas preciso de tempo
e sei que ele vai entender", disse Dárcy.
Das propostas que serão
apresentadas pela prefeita no
encontro, duas consistem em
buscar verbas junto ao Fundo
Nacional de Habitação de Interesse Social, do Ministério das
Cidades.
Em uma delas, Dárcy espera
conseguir o financiamento de
mil terrenos-no valor entre R$
7.000 e R$ 11.000-para famílias que recebem até três salários mínimos. No outro pedido,
ela tenta o financiamento de 3
mil casas. "Ribeirão Preto nunca soube deste benefício do governo, que era direito nosso",
disse a prefeita.
A terceira proposta de solução, considerada a mais difícil
por Dárcy, é pedir à ONU (Organização das Nações Unidas)
o dinheiro para bancar o projeto Moradia Legal, iniciado na
cidade pelo juiz João Agnaldo
Donizeti Gandini. A ideia é usar
a mesma metodologia feita em
áreas pobres de Medelín, na
Colômbia. A iniciativa é inédita
no Brasil.
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