Ribeirão Preto, Domingo, 05 de Abril de 2009

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Descarga de drogas no canavial é planejada

PF concluiu que traficantes montam verdadeiras "operações de guerra"

Delegado conta que os criminosos usam nomes de fruta como código para indicar a pista escolhida para descarregar droga

Divulgação
Policiais federais cercam canavial da região de Ribeirão, em operação para prender drogas descarregadas ou jogadas de avião

DA FOLHA RIBEIRÃO

A Polícia Federal de Ribeirão Preto, por meio de interceptação telefônica, concluiu que as operações de descarga de droga nos canaviais da região são como "operações de guerra", e podem levar até cinco meses para serem arquitetadas.
Um dos primeiros passos da quadrilha é disponibilizar a droga e organizar o "frete", que historicamente não abastece uma quadrilha e um local só.
"Para conseguir meia tonelada de cocaína, mesmo na Bolívia ou Colômbia, leva tempo. Depois, tem a negociação de preço e de quais quadrilhas participarão da compra", explicou o delegado Fernando Battaus, com base nas escutas já realizadas pelos agentes.
Depois disso, é feita a escolha e o preparo da pista de pouso a ser utilizada, geralmente em um canavial e longe de tudo.
"Não há como negar que é muito difícil investigar e saber quando vai chegar um carregamento. Até com escutas é preciso ser experiente, pois eles falam em códigos", disse o delegado Battaus.
Em conversa interceptada, a PF descobriu que os criminosos usam nomes de frutas para dificultar a ação da polícia. "Vamos fazer suco de manga", diz um dos homens, que provavelmente escolheu a pista.
No dia combinado para a entrega, carros e integrantes das quadrilhas são convocados para a segurança, preparo e transporte da droga. "Muitas vezes eles escondem debaixo de cana cortada para ir buscar à noite".


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