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ADMINISTRAÇÃO
Prefeitura quer afastar temporariamente quase 10% dos 8.500 servidores municipais para conter gastos
Ribeirão estuda a suspensão de 700
CRISTIANE BARÃO
da Folha Ribeirão
A Prefeitura de Ribeirão estuda a
suspensão temporária dos contratos de trabalho de 700 funcionários
estáveis para reduzir as despesas
com a folha de pagamento.
A medida, que atinge quase 10%
dos 8.500 servidores municipais,
seria um complemento à redução
de 20% das jornadas de trabalho e
dos salários, que deve ser implantada a partir da semana que vem.
Estima-se uma economia de R$ 2
milhões por mês com as medidas.
A folha de pagamento é de cerca
de R$ 18 milhões, incluindo o 13º.
De acordo com a prefeitura, no
ano passado os servidores públicos consumiram 88% do que foi
arrecadado. O limite legal é 60%.
Pela suspensão dos contratos, os
servidores são afastados temporariamente, mas têm mantido o vínculo com a prefeitura. Além disso,
eles recebem 3% do salário durante o período ausente.
De acordo com assessores do
prefeito Luiz Roberto Jábali
(PSDB), a suspensão do contrato
poderá ser aplicada a cerca de 700
servidores. Esses funcionários seriam os que têm menor rendimento e alto número de faltas por mês.
A pedido do prefeito, cada secretário tem uma relação de servidores da pasta que, mesmo com deficiência técnica, não podem ser demitidos por serem estáveis.
Além da economia nos salários, a
prefeitura deixaria de arcar também com os gastos de vales-alimentação e transporte.
De acordo com o secretário-geral
do Sindicato dos Servidores, Camilo Brás Borsoni, a suspensão
dos contratos já está prevista no
estatuto dos servidores e a prefeitura não teria grandes problemas
para implementá-la.
Segundo Borsoni, o sindicato é
contrário a qualquer medida que
prejudique os servidores.
Para o secretário da Administração, Armando Scozzafave, a suspensão dos contratos de trabalho
"seria uma forma de redução nas
despesas, mas está descartada neste momento". A Folha apurou, no
entanto, que a discussão deve se
intensificar na semana que vem.
Franca
A Prefeitura de Franca foi a primeira da região a suspender temporariamente o contrato de trabalho de 80 servidores no ano passado. Os funcionários retornaram às
funções no final do ano.
O decreto que regulamenta a redução da jornada de trabalho e
corte nos salários será publicado
na semana que vem.
Inicialmente a medida já deveria
ser implantada a partir de segunda-feira, mas o prefeito resolveu
reunir o secretariado ontem para
definir a forma como a redução será feita em cada setor.
O prefeito só esperava a publicação da Lei Complementar 96 no
"Diário Oficial" da União para que
a redução começasse a ser definida. A lei estabelece o limite de 60%
para o comprometimento da receita com os gastos referentes à folha
de pagamento.
As prefeituras que não se adequarem até o ano que vem sofrerão
cortes no repasse de recursos estaduais e federais.
De acordo com o chefe da Casa
Civil, Osvaldo Ceoldo, cada secretário deve apresentar na semana
que vem uma proposta de redução
dos cargos comissionados. A administração diz que já cortou 20%
desses cargos, mas não sabe o
quanto poderá ser reduzido.
Segundo ele, também será feita
uma simulação da folha de pagamento com a redução dos salários
para saber a economia.
Para implantar a redução, a Secretaria da Infra-estrutura deve
funcionar em dois turnos. Nas demais secretarias, o atendimento ao
público deverá ser feito das 12 às
17h. Em relação à Secretaria da
Saúde, os médicos com jornada de
oito horas também serão atingidos. De acordo com a prefeitura
eles representam 25% do quadro.
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