Nos últimos 12 meses, grandes redes como Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart e Ricoy estão investindo na cidade

"Já ocorre um processo de saturação dos grandes centros do Estado; a saída é partir rumo ao interior", afirma presidente da Abras

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

O Pão de Açúcar constrói sua segunda loja em Ribeirão Preto. Ricoy e Carrefour aproveitaram a queda do Gimenes e, juntas, devem abrir 22 unidades até o ano que vem. O Walmart ergue sua segunda loja na cidade, uma atacadista, assim com o Atacadão, também do grupo Carrefour.
Nos últimos 12 meses, Ribeirão sofre um fenômeno que o setor de supermercados chama de "reinvasão". Grandes grupos aportam na cidade, expandem suas lojas para regiões periféricas -e também em cidades da região- e fazem de Ribeirão um polo de supermercados no interior do Estado.
"Não tenha a menor dúvida de que a gente acredita mais no interior do que na capital paulista", disse Luiz Henrique Caseiro, diretor de marketing da Ricoy, que já abriu cinco lojas -duas em Sertãozinho, uma em Franca, uma em Ribeirão e outra em Catanduva- e prepara a inauguração de outras 12 na região até o fim do ano.
Não é de hoje que Ribeirão virou alvo de novos supermercados. Mas, o setor nunca viu tantas redes diferentes chegarem à cidade em tão pouco tempo, e em volume tão grande.
"Já ocorre um processo de saturação dos grandes centros do Estado. A saída é partir rumo ao interior", disse Sussumu Honda, que é presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
O fenômeno da vez, segundo as próprias redes, são as chamadas "lojas de vizinhança". Em vez de investirem em hipermercados, as marcas recorrem a lojas menores, em pontos estratégicos da cidade. Assim surgiu a bandeira Carrefour Bairro e Dia %, do Carrefour. A Ricoy também explora esse segmento e abre a loja do Shopping Santa Úrsula (ex-Gimenes) na próxima quarta.
"Ribeirão já tem um trânsito complicado, as pessoas já não querem mais se deslocar tanto para fazer suas compras. É mais fácil comprar no próprio bairro", disse Aurélio Mialich, diretor regional da Apas (Associação Paulista de Supermercados) e dono da rede Mialich de supermercados.
Independente do tipo de supermercado, empresários afirmam: Ribeirão ainda tem espaço para novas lojas. "A cidade tem um potencial forte de novas lojas, longe de estar saturado. Ribeirão continua no nosso radar para operações futuras", disse João Edson Gravata, diretor de operações do Pão de Açúcar.
Para Para Alberto Borges Matias, professor da USP, a expansão das redes "forasteiras" provoca um fortalecimento também nas marcas locais. "Os supermercados antigos também estão se expandindo."

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