DA FOLHA RIBEIRÃO

O crescimento das igrejas evangélicas também pode ser explicado pela mudança das estruturas que ocorreu ao longo da permanência delas no Brasil.
Quando elas aqui se instalaram, a burocracia para abrir um templo e trazer pastores era mais complicada e dependia sempre da sede da igreja, muitas vezes em outro país.
Hoje, os templos se multiplicaram e, em muitas igrejas, o pastor não necessita do curso de teologia para conduzir cultos.
Eles fazem um curso interno, na própria igreja. Só em Ribeirão, existem quase 200 templos. "Cada vez que um pastor tem um ponto de vista diferente de outro, ele funda um ministério novo", afirma o presidente do Conselho de Pastores, Anésio Massuia.
Sua igreja, a Presbiteriana Renovada, veio da Presbiteriana Independente, que por sua vez surgiu da Presbiteriana do Brasil.
Assim acontece com a Batista, que deu origem à Batista Nova Aliança, à Batista Bereana e à Batista Renovada. Também ocorre com a Assembléia de Deus, que tem diversos ministérios.
A Assembléia de Deus também é precursora na evangelização pessoal. Embora seja estrangeira, ela se firmou no Brasil e foi a primeira a aproveitar os leigos para conseguir novos membros.
Antes, os missionários estrangeiros que vinham para o Brasil eram os únicos com permissão de conquistar novos adeptos. "Com a Assembléia de Deus, uma Bíblia na mão foi suficiente para iniciar um movimento de evangelização que dá certo até hoje", diz Massuia.
O crescimento da igreja, no entanto, está estagnado nas últimas décadas devido ao tradicionalismo.
Os pastores das igrejas Internacional da Graça de Deus e Universal do Reino de Deus -Edir Macedo e e R. R. Soares-são cunhados e começaram o ministério juntos. Depois, resolveram se separar e fundaram igrejas diferentes.
"Essas duas igrejas, chamadas do movimento de renovação, explicam bem o crescimento dos evangélicos", disse Massuia.


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