Ribeirão Preto, Sexta-feira, 05 de Dezembro de 2008

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Queda de ônibus em rio mata 2 bóias-frias

Acidente foi em ponte sobre rio Turvo na rodovia Assis Chateaubriand, em Olímpia; um trabalhador está desaparecido

Ônibus levava colhedores de laranja e foi atingido na traseira por carreta sobre uma ponte; motorista do caminhão fugiu e foi preso

ROBERTO MADUREIRA
ENVIADO ESPECIAL A OLÍMPIA

Dois trabalhadores rurais morreram, um está desaparecido e outros 39 ficaram feridos depois que o ônibus em que viajavam caiu no rio Turvo, que corta o km 157 da rodovia Assis Chateaubriand, em Olímpia, no final da tarde de anteontem.
As vítimas eram funcionárias da fazenda Corredeiras, de produção de laranja, com sede em Guapiaçu, e voltavam para Severínia após o trabalho. Ao todo, 44 pessoas estavam no ônibus. Duas não se feriram.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária, testemunhas e sobreviventes disseram que o ônibus freou pouco antes de passar sobre a ponte. Um caminhão carregado com cerca de 36 toneladas de laranja, que vinha atrás, não conseguiu parar e bateu na traseira do veículo, que perdeu o controle, rompeu a grade de segurança e caiu de uma altura de oito metros.
O motorista do caminhão, Elcio Augusto de Lima, 32, alegou medo de retaliação dos sobreviventes e fugiu. Ele foi preso em flagrante, pouco depois, em um posto na mesma rodovia. De acordo com o delegado Hélio dos Reis, de Guapiaçu, ele responderá por homicídio culposo (sem a intenção de matar). Ele está preso na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), em São José do Rio Preto.
Octávio Éttore Bessa, 50, morreu no local. Luiz Carlos de Sousa, 37, foi socorrido, mas chegou morto à Santa Casa de Olímpia. Ambos morreram por afogamento.
Dos 39 feridos, seis foram enviados ao Hospital de Base de São José do Rio Preto, onde seguiam internados até o final da tarde de ontem, sem risco de morte. Outros 33 foram para a Santa Casa de Olímpia -cinco em quartos simples e três na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sendo uma trabalhadora com dificuldades de respiração e outro com suspeita de lesão na coluna cervical, permaneciam internados ontem.
O salvamento dos feridos, que começou a ser feito por voluntários até a chegada dos bombeiros (leia texto abaixo), só terminou às 21h30. As buscas por Ismael Furigo, 58, que seguiram ontem, sem sucesso, continuam hoje. Cerca de dez mergulhadores dos bombeiros procuram o catador.
A retirada do ônibus, que aconteceu na manhã de ontem, durou cerca de quatro horas. Foi preciso um guincho e dois tratores, emprestados por fazendeiros locais, para içar a sucata pela encosta do rio.
"Não é um tipo de salvamento raro, mas é sempre trabalhoso, principalmente porque a encosta é íngreme", disse o capitão dos Bombeiros de Catanduva, Humberto Shirotori.
O sobrevivente Aguinaldo Oliveira de Barros, 20, disse que escapou com a ajuda de colegas, pelas janelas quebradas. "A gritaria começou quando percebemos que o ônibus tinha caído na água."
"Era fim de dia, todo mundo voltava dormindo e foi pego de surpresa", disse Devanilda Cardoso, 37, uma das feridas.


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