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Queda de ônibus em rio mata 2 bóias-frias
Acidente foi em ponte sobre rio Turvo na rodovia Assis Chateaubriand, em Olímpia; um trabalhador está desaparecido
Ônibus levava colhedores de laranja e foi atingido na traseira por carreta sobre uma ponte; motorista do caminhão fugiu e foi preso
ROBERTO MADUREIRA
ENVIADO ESPECIAL A OLÍMPIA
Dois trabalhadores rurais
morreram, um está desaparecido e outros 39 ficaram feridos
depois que o ônibus em que viajavam caiu no rio Turvo, que
corta o km 157 da rodovia Assis
Chateaubriand, em Olímpia, no
final da tarde de anteontem.
As vítimas eram funcionárias
da fazenda Corredeiras, de produção de laranja, com sede em
Guapiaçu, e voltavam para Severínia após o trabalho. Ao todo, 44 pessoas estavam no ônibus. Duas não se feriram.
Segundo a Polícia Militar Rodoviária, testemunhas e sobreviventes disseram que o ônibus
freou pouco antes de passar sobre a ponte. Um caminhão carregado com cerca de 36 toneladas de laranja, que vinha atrás,
não conseguiu parar e bateu na
traseira do veículo, que perdeu
o controle, rompeu a grade de
segurança e caiu de uma altura
de oito metros.
O motorista do caminhão,
Elcio Augusto de Lima, 32, alegou medo de retaliação dos sobreviventes e fugiu. Ele foi preso em flagrante, pouco depois,
em um posto na mesma rodovia. De acordo com o delegado
Hélio dos Reis, de Guapiaçu, ele
responderá por homicídio culposo (sem a intenção de matar). Ele está preso na DIG (Delegacia de Investigações Gerais), em São José do Rio Preto.
Octávio Éttore Bessa, 50,
morreu no local. Luiz Carlos de
Sousa, 37, foi socorrido, mas
chegou morto à Santa Casa de
Olímpia. Ambos morreram por
afogamento.
Dos 39 feridos, seis foram enviados ao Hospital de Base de
São José do Rio Preto, onde seguiam internados até o final da
tarde de ontem, sem risco de
morte. Outros 33 foram para a
Santa Casa de Olímpia -cinco
em quartos simples e três na
UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sendo uma trabalhadora com dificuldades de respiração e outro com suspeita de
lesão na coluna cervical, permaneciam internados ontem.
O salvamento dos feridos,
que começou a ser feito por voluntários até a chegada dos
bombeiros (leia texto abaixo),
só terminou às 21h30. As buscas por Ismael Furigo, 58, que
seguiram ontem, sem sucesso,
continuam hoje. Cerca de dez
mergulhadores dos bombeiros
procuram o catador.
A retirada do ônibus, que
aconteceu na manhã de ontem,
durou cerca de quatro horas.
Foi preciso um guincho e dois
tratores, emprestados por fazendeiros locais, para içar a sucata pela encosta do rio.
"Não é um tipo de salvamento raro, mas é sempre trabalhoso, principalmente porque a
encosta é íngreme", disse o capitão dos Bombeiros de Catanduva, Humberto Shirotori.
O sobrevivente Aguinaldo
Oliveira de Barros, 20, disse
que escapou com a ajuda de colegas, pelas janelas quebradas.
"A gritaria começou quando
percebemos que o ônibus tinha
caído na água."
"Era fim de dia, todo mundo
voltava dormindo e foi pego de
surpresa", disse Devanilda Cardoso, 37, uma das feridas.
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