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Contra dengue, Ribeirão irá mirar catador
Itens recicláveis acumulados nos quintais podem ser levados para central de triagem, após negociação, ou até confiscados
Poderão ter os materiais recolhidos quem não cobrir os seus produtos recicláveis com lona, para evitar o acúmulo de água
ADEMIR TERRADAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Uma das principais causas da
proliferação de criadouros da
dengue, os materiais acumulados nos quintais por catadores
de recicláveis estão na mira da
Prefeitura de Ribeirão Preto.
Uma ação entre o Departamento de Fiscalização Geral e a Divisão de Controle de Vetores
prevê negociação para levar os
itens à central de triagem e até
o confisco dos produtos.
"É uma situação preocupante que tem de ser combatida pelo poder público e pela população", disse ontem a secretária
da Saúde, Carla Palhares.
Ribeirão registrou, até a tarde de ontem, 804 casos confirmados de dengue. A maior incidência da doença é na região
leste da cidade, justamente em
bairros populosos e com muitos moradores que juntam lixo
reciclável no quintal.
Entre as medidas tomadas
para eliminar os depósitos a
céu aberto, está a negociação
com esses moradores, que podem cobrir os materiais com lona ou enviá-los ao projeto Mãos
Dadas, uma cooperativa que
vende materiais coletados para
empresas de reciclagem.
"Eles terão a opção de se associar à cooperativa e, com isso,
receber bags [sacolas para
guardar grandes quantidades
de latas e garrafas] e evitar que
o material coletado se torne
criadouro do mosquito da dengue", afirma a chefe da Divisão
de Controle de Vetores, Cristina O'Grady Lima.
Uma empresa de reciclagem
da cidade já firmou compromisso com a Prefeitura e, a partir da próxima segunda-feira,
vai fornecer as sacolas reutilizáveis para os catadores que se
associarem à cooperativa.
Já os que se recusarem a cobrir os recicláveis ou a trabalhar em parceria com a cooperativa poderão ter os materiais
levados por funcionários da Secretaria de Infraestrutura.
"Quando detectamos depósitos a céu aberto, comunicamos
a Vigilância, que vai ao local e
orienta o catador, até com o
apoio da polícia. Caso não haja
acordo, o material será removido e levado ao aterro sanitário",
diz o chefe da fiscalização geral,
Osvaldo Braga.
Segundo Braga, os donos dos
imóveis onde os materiais ficam armazenados podem ser
multados pela Fiscalização Geral caso não seja encontrado o
responsável pelos recicláveis
armazenados no local.
A Folha visitou na tarde de
ontem uma casa na rua Júlio
Ribeiro, no Parque Ribeirão,
onde o dono armazena no
quintal, próximo ao portão,
garrafas pet. No momento da
visita, o material estava descoberto. A dona da casa não quis
falar com a reportagem.
Hoje, 250 agentes do controle de vetores vão percorrer, das
7h às 19h, nove bairros de Ribeirão para eliminar criadouros e orientar a população. "No
último sábado, encontramos
menos casas fechadas, e ainda
podemos visitar imóveis que ficaram pendentes [encontrados
fechados na primeira visita]",
afirma Lima.
A ação servirá também para
identificar áreas onde há necessidade de arrastões. No primeiro arrastão do ano, na última quarta, no Jardim Zara, 350
agentes removeram cinco caminhões com objetos inúteis.
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