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Após "derrotar" CPI, Feira do Livro poderá perder verba
Para vereadores, liberação de R$ 500 mil depende de apuração das denúncias
Presidente da fundação muda discurso e diz que vereadores e secretarias vão participar do controle da aplicação dos recursos
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Câmara de Ribeirão Preto,
embora tenha engavetado anteontem o pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as contas
da Feira do Livro de 2009, pode
barrar o repasse de recursos
municipais ao evento, o maior
programa cultural da cidade.
Ao menos cinco vereadores
ouvidos pela Folha, incluindo
o líder do governo na Casa,
Marcelo Palinkas (DEM), afirmaram que, enquanto não forem investigadas as denúncias
de superfaturamento das contas do evento realizado no ano
passado, a subvenção municipal de R$ 500 mil não será
aprovada, o que significaria a
saída da prefeitura da feira.
Por outro lado, ninguém explica por que o pedido de CPI,
que seria votado anteontem
conforme acordo selado na terça pela maioria dos vereadores,
foi engavetado pela presidência
da Casa. Questionado pela Folha, o presidente Cícero Gomes
da Silva (PMDB), a quem cabe
decidir os projetos que entram
na pauta, disse, sem explicar,
que entre a terça e anteontem
surgiram "fatos novos".
Samuel Zanferdini (PMDB),
líder de seu partido na Câmara,
afirmou que não entendeu o
porquê de o projeto não ter sido
incluído na pauta de votação.
Ele foi um dos 15 a assinar um
requerimento anteontem pedindo ao Ministério Público
Estadual que investigue os documentos que subsidiaram as
denúncias contra a Fundação
Feira do Livro, responsável pela realização da feira.
Os documentos foram levantados pela CEE (Comissão Especial de Estudos) que apurava
denúncias de superfaturamento nas contas da fundação, sob a
presidência do vereador Walter
Gomes (PR).
"Não entendi por que retirar.
Uma coisa não obsta a outra",
afirmou Zanferdini, que é favorável à CPI.
Cícero Gomes disse à Folha
que teve aval dos vereadores
para não colocar a CPI em votação, o que não foi confirmado
por pelo menos outros dois vereadores ouvidos pela reportagem, além de Zanferdini. O
presidente sempre se posicionou contrariamente à CPI.
Sem ameaça de investigação,
a relação entre a presidente da
Fundação Feira do Livro, Isabel de Farias, e a Câmara ganhou novo contorno ontem.
Segundo a presidente, na
próxima edição da feira, que será entre os dias 10 e 20 de junho, os vereadores, assim como as secretarias da Educação
e da Cultura, vão participar diretamente do controle da aplicação dos recursos municipais.
"Vamos montar uma comissão, para a gente ter dois vereadores, a secretária da Cultura,
da Educação, um representante de cada universidade, das
instituições literárias, para definir a programação da feira e a
maneira como vamos gastar esse dinheiro [subvenção municipal] com essas pessoas", afirmou Farias.
Na última terça-feira, quando foi questionada pela Folha
sobre a possibilidade de não receber recursos da Prefeitura de
Ribeirão Preto, fato que foi levantado pelo vereador Walter
Gomes, autor do pedido de
CPI, a presidente da fundação
afirmou que não precisava do
dinheiro da prefeitura para
realizar o evento.
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