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PERFIL VERÔNICA FERRIANI
Mistura boa
Cantora ribeirão-pretana, de estilo versátil, já se apresentou com grupo de pagode , músicos da MPB e até com uma orquestra sinfônica
LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO
Não há sonoridade que
não chame sua atenção. Da
música erudita ao pagode, a
cantora ribeirão-pretana Verônica Ferriani sempre busca
diferentes melodias e palcos.
Uma prova disso está no
álbum que ela começa a produzir. Pela primeira vez, a artista -conhecida como intérprete- vai se aventurar numa linha autoral.
As misturas a que se propõe têm sido bem-sucedidas
para ela. Elas vão de rodas de
samba -abrindo shows para
ícones do gênero, como Beth
Carvalho- até a apresentação com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão, no palco do
Theatro Pedro 2º.
A moça já conquistou elogios de figuras consagradas
como Ivan Lins e crítica favorável de Sérgio Martins, jornalista da revista "Veja".
A fala tranquila e a expressão leve não demonstram a
agenda corrida -e diversificada- da cantora.
Além dos shows do disco
solo, o primeiro da carreira,
lançado em 2009 e que leva
seu nome, Verônica mantém
projetos paralelos.
Entre eles, está o trabalho
com o amigo e compositor
Chico Saraiva, o "Sobre Palavras", premiado pelo Projeto
Pixinguinha em 2008.
Neste ano, a dupla ganhou
o edital do projeto cultural
Quintas do BNDES e terá um
cronograma de apresentações no Rio.
A cantora também deve se
apresentar com o Toquinho
-com quem subiu no palco
em 2010- e há até possibilidade de uma apresentação
fora do país, cuja agenda ela
prefere não revelar ainda.
Uma das apresentações
sobre as quais Verônica conta com carinho é uma participação especial que fez, no
ano passado, no show do
grupo de pagode Revelação,
em São Paulo.
"Minhas pernas bambeavam de emoção, não era nem
de nervoso. Todo mundo de
pé, cantando, louco."
ERUDITO
Com a Orquestra Sinfônica
de Ribeirão, em 2009, a emoção foi outra. "Estava muito
acostumava a tocar com percussão, com muito ritmo.
Quando ouvi a orquestra,
com toda aquela harmonia,
no primeiro ensaio, meu olho
escorria de lágrima, de tão
bonito que achei", lembra.
Apesar do bom gosto musical, a cantora não tem medo de dizer que gosta de ouvir "o que move as pessoas".
"Eu nunca achei que tivesse que me moldar para me
encaixar em uma prateleira X
ou Y da loja", afirma.
O gosto múltiplo talvez
não seja acaso. Formada em
arquitetura pela FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, em 2002, Verônica chegou a exercer a
profissão, mas no último ano
da graduação, entrou para
uma escola de música, indicada por uma amiga.
Já no ano seguinte, em dezembro, estreou como cantora, em seu primeiro show.
"Profissionalmente, eu
sou focada. A partir do momento em que decidi que não
ia trabalhar com arquitetura,
estava inteira na música."
Ela admite, no entanto,
que, no começo, acreditava
que a música seria uma atividade paralela à arquitetura.
"[Pensei que seria] Como os
meus pais. Minha mãe é professora e, meu pai, cirurgião
plástico, e sempre gostaram
de música", conta.
Mas, com ela, não foi assim. "Na escola [de música]
fui fazendo contatos e nunca
mais abandonei [a carreira
musical]", disse.
COMPOSIÇÃO
O foco do trabalho que começa a se desenhar, agora, é
inédito: Verônica deve levar
ao público algumas composições próprias.
"Eu nunca fiz questão de
compor, começou por acaso.
Surgiu a vontade de dizer coisas não só da minha vivência, mas que viessem de dentro de mim."
Às suas letras devem se
juntar canções de outras pessoas, em um repertório que,
por enquanto, é só um esboço, de acordo com ela.
"Estou ouvindo muita
gente que eu gosto. Romulo
Fróes, Dani Black, Rodrigo
Campos, Kiko Dinucci, Criolo, que é um rapper, tem muita gente bacana produzindo", Verônica conta.
Para quem quiser ouvir
um pouco da cantora, ela se
apresenta no baile de Carnaval no Sesc da Vila Mariana,
em São Paulo, hoje e terça-feira. O show é das 14h30 às
16h30 -o evento é gratuito.
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