Ribeirão Preto, Domingo, 06 de Março de 2011

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PERFIL VERÔNICA FERRIANI

Mistura boa

Cantora ribeirão-pretana, de estilo versátil, já se apresentou com grupo de pagode , músicos da MPB e até com uma orquestra sinfônica

LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO

Não há sonoridade que não chame sua atenção. Da música erudita ao pagode, a cantora ribeirão-pretana Verônica Ferriani sempre busca diferentes melodias e palcos.
Uma prova disso está no álbum que ela começa a produzir. Pela primeira vez, a artista -conhecida como intérprete- vai se aventurar numa linha autoral.
As misturas a que se propõe têm sido bem-sucedidas para ela. Elas vão de rodas de samba -abrindo shows para ícones do gênero, como Beth Carvalho- até a apresentação com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão, no palco do Theatro Pedro 2º.
A moça já conquistou elogios de figuras consagradas como Ivan Lins e crítica favorável de Sérgio Martins, jornalista da revista "Veja".
A fala tranquila e a expressão leve não demonstram a agenda corrida -e diversificada- da cantora.
Além dos shows do disco solo, o primeiro da carreira, lançado em 2009 e que leva seu nome, Verônica mantém projetos paralelos.
Entre eles, está o trabalho com o amigo e compositor Chico Saraiva, o "Sobre Palavras", premiado pelo Projeto Pixinguinha em 2008.
Neste ano, a dupla ganhou o edital do projeto cultural Quintas do BNDES e terá um cronograma de apresentações no Rio.
A cantora também deve se apresentar com o Toquinho -com quem subiu no palco em 2010- e há até possibilidade de uma apresentação fora do país, cuja agenda ela prefere não revelar ainda.
Uma das apresentações sobre as quais Verônica conta com carinho é uma participação especial que fez, no ano passado, no show do grupo de pagode Revelação, em São Paulo.
"Minhas pernas bambeavam de emoção, não era nem de nervoso. Todo mundo de pé, cantando, louco."

ERUDITO
Com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão, em 2009, a emoção foi outra. "Estava muito acostumava a tocar com percussão, com muito ritmo. Quando ouvi a orquestra, com toda aquela harmonia, no primeiro ensaio, meu olho escorria de lágrima, de tão bonito que achei", lembra.
Apesar do bom gosto musical, a cantora não tem medo de dizer que gosta de ouvir "o que move as pessoas".
"Eu nunca achei que tivesse que me moldar para me encaixar em uma prateleira X ou Y da loja", afirma.
O gosto múltiplo talvez não seja acaso. Formada em arquitetura pela FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, em 2002, Verônica chegou a exercer a profissão, mas no último ano da graduação, entrou para uma escola de música, indicada por uma amiga.
Já no ano seguinte, em dezembro, estreou como cantora, em seu primeiro show.
"Profissionalmente, eu sou focada. A partir do momento em que decidi que não ia trabalhar com arquitetura, estava inteira na música."
Ela admite, no entanto, que, no começo, acreditava que a música seria uma atividade paralela à arquitetura. "[Pensei que seria] Como os meus pais. Minha mãe é professora e, meu pai, cirurgião plástico, e sempre gostaram de música", conta.
Mas, com ela, não foi assim. "Na escola [de música] fui fazendo contatos e nunca mais abandonei [a carreira musical]", disse.

COMPOSIÇÃO
O foco do trabalho que começa a se desenhar, agora, é inédito: Verônica deve levar ao público algumas composições próprias.
"Eu nunca fiz questão de compor, começou por acaso. Surgiu a vontade de dizer coisas não só da minha vivência, mas que viessem de dentro de mim."
Às suas letras devem se juntar canções de outras pessoas, em um repertório que, por enquanto, é só um esboço, de acordo com ela.
"Estou ouvindo muita gente que eu gosto. Romulo Fróes, Dani Black, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Criolo, que é um rapper, tem muita gente bacana produzindo", Verônica conta.
Para quem quiser ouvir um pouco da cantora, ela se apresenta no baile de Carnaval no Sesc da Vila Mariana, em São Paulo, hoje e terça-feira. O show é das 14h30 às 16h30 -o evento é gratuito.


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