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foco
Por falta de "carne religiosa",
islâmicos apelam a abate
familiar em Barretos
DA ENVIADA ESPECIAL A BARRETOS
Enquanto o frigorífico Minerva abate 100 mil cabeças
de gado de forma "halal", a comunidade árabe-islâmica de
Barretos, onde há uma unidade da empresa, só consegue
consumir carne comum, que
nada tem de "religiosa".
Por isso, nas ocasiões especiais, os muçulmanos da cidade recorrem ao abate familiar. O iraquiano Ali Mahmoud, 29, que está no Brasil
há três anos para fazer abate
"halal", chegou a comprar
animais em sítios na região e
a fazer o abate da forma preconizada pelo islã para o consumo de xeques (líderes religiosos) que chegaram a Barretos há um mês.
A psiquiatra Jamilah Amin,
47, que considera contraditório não haver carne "halal"
para consumo doméstico em
Barretos, arrumou uma maneira de resolver o problema
no açougue onde compra carne, bem ao estilo brasileiro.
"A gente pede com jeitinho
para o açougueiro trocar a faca, limpar bem a carne, ou
compra frango da Sadia, que a
gente sabe que faz abate "halal'", afirmou Amin.
No Brasil, ao contrário de
países da Europa e dos EUA,
onde supermercados têm até
gôndolas só com produtos
"halal", o consumidor não encontra "comida religiosa"
com facilidade.
"No Brasil, o movimento de
imigração árabe foi constituído principalmente por libaneses e sírios e quase 60%
desses imigrantes eram cristãos. Além disso, na Europa e
nos EUA, eles [imigrantes
árabes] ainda são ativos e parte importante na economia.
No Brasil, a imigração praticamente não acontece mais",
afirmou o libanês Faissal Atwi, 43, vice-presidente da Sociedade Árabe-Brasileira de
Barretos.
Em São Paulo, os consumidores islâmicos têm mais facilidade, segundo o vice-presidente da certificadora Cibal
Halal, Mohamed Hussein El
Zoghbi. Além de açougues
"halal", as próprias mesquitas
se organizam fazendo pedidos aos produtores.
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