Ribeirão Preto, Sexta-feira, 06 de Novembro de 2009
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Região gasta mais com remédio via Justiça
Conta com medicamentos de alto custo obtidos após ação em Ribeirão, Franca e São Carlos já é 43% maior do que a de 2008
JULIANA COISSI DA FOLHA RIBEIRÃO As prefeituras de três maiores cidades da região de Ribeirão Preto já gastaram neste ano 43,39% mais para fornecer medicamentos de alto custo por ordem da Justiça. São casos de pacientes que, ao não encontrar o remédio na rede pública, acionam a Justiça para garantir o seu tratamento. Em números, Ribeirão, Franca e São Carlos pagaram juntas, neste ano, R$ 7,314 milhões por medicamentos obtidos via ações judiciais, ante os R$ 5,1 milhões de todo o ano passado. Os pedidos incluem, por exemplo, novos tipos de insulina e remédios para tratamento de câncer. Quem não encontra o medicamento, entra na Justiça contra a prefeitura ou o Estado. A principal reclamação das prefeituras é que o gasto extra não está previsto no Orçamento, o que as obriga a transferir recursos de outras áreas. Em Ribeirão Preto, a prefeitura usou, até setembro, R$ 1,362 milhão para bancar medicamentos obtidos via Justiça, ante R$ 1,232 milhão no ano anterior. Segundo a chefe da Divisão de Farmácia do município, Cláudia Siqueira Vassimon, a maior parte refere-se a remédios para controle de diabetes e tratamento de câncer. A conta não inclui uma demanda comum na Justiça, que são pedidos de fraldas e suplementos alimentares introduzidos via sonda para pacientes crônicos. "O custo é enorme para o município, porque precisa atender a um grupo pequeno de pacientes e acaba por desviar a verba da saúde para atender a todos", disse Vassimon. Na região, a alta mais expressiva ocorreu em Franca. A cidade, que gastou R$ 3,5 milhões no ano passado, já custeou neste ano R$ 5,5 milhões -e, pela previsão do secretário da Saúde, Alexandre Ferreira, encerrará o ano com R$ 7 milhões. O secretário reclamou por não haver uma triagem dos pedidos na Justiça de Franca, a exemplo do que já ocorre em Ribeirão. Em São Carlos, os gastos com ações judiciais também cresceram de R$ 368 mil para R$ 451,9 mil. Em Araraquara, a prefeitura não soube estimar o valor do ano passado. Neste ano, foram R$ 587,9 mil. O Estado não informou quanto gastou com os remédios obtidos via Justiça na região neste ano. Lista O Ministério Público Estadual em Ribeirão reclama que há cinco anos o governo federal não inclui novos nomes na lista de remédios de alto custo. Para o promotor Sebastião Sérgio da Silveira, a não inclusão de novos medicamentos na distribuição gratuita prejudica o paciente e onera prefeituras e Estados. "E a Constituição preconiza o atendimento integral da saúde para a população." O Ministério da Saúde mantém atualmente 231 remédios na lista dos chamados medicamentos excepcionais, para doenças crônicas e raras. Segundo o órgão, existem novos medicamentos em análise, mas não há prazo para a inclusão. Próximo Texto: Paciente obteve remédio contra lúpus de R$ 14 mil Índice |
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