DA FOLHA RIBEIRÃO

O ex-vereador de São Carlos Azuaite Martins França (PPS) vai entrar hoje com pedido ao Ministério Público para que sejam apuradas as irregularidades do programa Bolsa Família que foram constatadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), em maio.
Entre os problemas apontados pelo órgão estavam famílias que tinham adquirido bens, como carros e motos, e pessoas que morreram entre 2004 e 2006, mas ainda recebiam o benefício.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, o município tinha até esse mês para apurar as suspeitas do TCU. O prazo foi prorrogado para dezembro.
A secretária da Cidadania e Assistência Social, Rose Mendes, disse que o relatório do TCU apontou que 1.622 famílias eram suspeitas de alguma irregularidade sendo que, do total, 880 recebem o Bolsa Família.
"Foram analisados todos os inscritos no cadastro único e, até agora, verificamos a situação de 648 famílias e não se confirmou nada grave", disse Mendes.
Segundo a secretária, 26 famílias tiveram bens confirmados e outras 35, óbito de algum membro da família.
"Na maioria dos casos, a pessoa emprestou o nome para "tirar" a moto e não se trata de veículos novos. Fomos até as casas e as situações ainda são de pobreza. Em relação às mortes, não necessariamente o titular faleceu e, sim, alguém da família", afirmou Mendes.
Para ela, mesmo com o trabalho para atualizar o cadastro, a dificuldade de acompanhamento do projeto é que muitas famílias omitem informações. "Não temos acesso a informações, como registro de óbitos, Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) e dados da Previdência Social para saber se alguém do programa recebe aposentadoria."
A secretária disse que, até dezembro, deve cumprir o prazo dado pelo MDS e visitar as 900 famílias restantes.


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