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Aeroporto é caso encerrado, diz Goulart
Segundo promotor, acordo judicial veta ampliação da pista do Leite Lopes e defender isso é "pensar pequeno"
Promotor afirma que o aeroporto está irregular e poderia ser fechado, mas o órgão foi flexível; Dárcy não comenta
Vinicius Oliveira/Folhapress
![](../images/r0611201001.jpg) |
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Os promotores Marcelo Goulart (à dir.) e AlbertoMachado
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
A ampliação da pista do
aeroporto Leite Lopes, atual
bandeira política da prefeita
de Ribeirão Preto, Dárcy Vera
(DEM), já é "caso encerrado"
e, no que depender do Ministério Público, não vai acontecer nunca.
Os promotores Marcelo
Goulart e Antônio Alberto
Machado concederam entrevista coletiva ontem para expor a posição da Promotoria
e afirmar que não há TAC
(Termo de Ajustamento de
Conduta) a ser "flexibilizado", como divulgou Dárcy.
O que existe desde 2008,
lembraram os promotores, é
um acordo judicial com peso
de sentença com trânsito em
julgado (sem recurso) que
proíbe a ampliação da pista.
Pelo acordo, o Daesp (Departamento de Aeroviário do
Estado de São Paulo) se comprometeu a não ampliar a
pista e a Promotoria decidiu
tolerar o funcionamento com
as dimensões atuais.
"Do jeito que está hoje, o
aeroporto poderia ser fechado porque está irregular. Só
não aconteceu porque nós
[promotores] fomos flexíveis
[em 2008] e não levamos em
frente o pedido de fechamento", afirmou Machado.
Em 8 de fevereiro de 2008,
a Folha publicou a assinatura do acordo entre a Promotoria e o Daesp. Na época, o
governo também se comprometeu a contratar o IPT (Instituto de Pesquisas e Tecnologia) para fazer o estudo sobre a curva de ruído.
O levantamento define as
áreas onde o barulho dos
aviões inviabiliza a ocupação. "Tudo isso está sendo
cumprido. Por isso, o aeroporto está aberto", disse
Goulart. Para ele, o discurso
da internacionalização é totalmente vazio.
É que desde dezembro de
2002 há uma autorização da
Anac para voos internacionais. Ou seja, o Leite Lopes
pode operar internacionalmente, mas com aviões menores devido ao tamanho da
pista (2,1 quilômetro).
Goulart e Machado convidaram para a coletiva o professor da USP Marcelo Pereira de Souza, especialista em
estudos de impacto ambiental. "Tecnicamente, o Leite
Lopes está totalmente inadequado", disse ele.
Tanto o professor como os
promotores defenderam que
Ribeirão "merece" um aeroporto maior, mas em outra
área, para atender as necessidades da região.
Segundo Goulart, defender a ampliação da pista
atual é "pensar pequeno".
Ele não citou o nome de
Dárcy, mas disse: "Um estadista de verdade, agora, lutaria por um novo aeroporto.
Como fez Bauru e como está
fazendo Rio Preto".
Um estudo indicou ao menos quatro áreas que poderiam receber um novo terminal, duas delas em Ribeirão,
uma em Sertãozinho e outra
em Jardinópolis.
Para o promotor, o alarde
que está sendo feito atende
só a interesses e pressões de
mercado e de políticos.
OUTRO LADO
Dárcy preferiu não comentar o posicionamento da Promotoria. "O que cabe e está
sendo feito pela administração é trabalhar politicamente
junto aos órgãos competentes para viabilizar a internacionalização do aeroporto",
diz trecho de nota enviada
pela assessoria da prefeita.
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