da Reportagem Local

O Ministério Público de Ribeirão Preto abriu um inquérito civil para investigar uma possível cartelização no aumento de preços de combustíveis em postos da cidade.
O promotor de Justiça da Defesa do Consumidor e da Cidadania, Carlos Cezar Barbosa, afirmou que há indícios de que houve um acordo entre proprietários de postos de combustíveis e o Sincopetro (sindicato que representa os estabelecimentos) para elevar os valores.
"Ouvimos declarações de donos de postos que afirmaram que houve uma combinação e até pressão de grupos ligados ao sindicato", disse o promotor de Ribeirão.
O Sincopetro nega que tenha orientado o aumento de preços.
Pesquisa do Corecon (Conselho Regional de Economia) concluída no dia 20 mostra que o preço dos combustíveis teve aumento de até 46,67% no mês passado.
O maior aumento foi no preço do álcool comum, que chegou a passar de R$ 0,450 para R$ 0,660 na venda à vista.
"O que notamos com a pesquisa é que muitos postos subiram o valor para preços idênticos ou muito parecidos em um mesmo período", afirma o economista Afonso Reis Duarte, delegado do Corecon.
O promotor afirmou que, se durante a apuração do inquérito for comprovada a cartelização, ele vai entrar com ação contra o Sincopetro e contra os postos que tenham participado do acordo.
"Além disso, vamos investigar também se houve crime de abuso do poder econômico."
Barbosa deve começar a convocar testemunhas do caso a partir da próxima semana.
De acordo com a pesquisa do conselho, a diferença entre o menor e o maior preço do litro do álcool comum caiu de 53,83% em setembro para 40,08% no dia 20 de outubro. Já a diferença entre o menor e o maior preço da gasolina passou de 21,21% em setembro para 24,32% no mês passado.
O maior aumento registrado pela pesquisa no preço do litro da gasolina foi de 19,7%, passando de R$ 0,660 para R$ 0,790. O Corecon pesquisa mensalmente preços em 54 dos 125 postos em funcionamento em Ribeirão Preto.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice