Ribeirão Preto, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 2010

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Acidentes causam gastos estimados em R$ 80,4 mi

Valor representa despesas com casos no primeiro semestre em Ribeirão

De janeiro a junho, 34 pessoas morreram na área urbana da cidade; especialista afirma que casos com moto crescem

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

Os 8.163 acidentes de trânsito registrados na área urbana de Ribeirão durante o primeiro semestre deste ano causaram 34 mortes e despesas de R$ 80,4 milhões.
Os gastos representam o estimado com resgate de vítimas, pagamento de hospitais, tratamentos, sequelas, perda de produtividade no trabalho, atendimentos policiais, danos a equipamentos urbanos, remoções, além de congestionamentos e despesas materiais relacionadas aos veículos acidentados.
A maior parte do valor gasto com os acidentes foi custeada pelo governo federal e saiu dos cofres do SUS. Já os custos de tratamentos durante o período de 18 meses que pode levar o processo de recuperação são estimados em R$ 56 mil por paciente.
Os dados são de uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).
O levantamento estima que, somente nas grandes áreas urbanas brasileiras, os acidentes de trânsito tenham um custo anual de R$ 5,3 bilhões para o país.
Se todo o dinheiro gasto com as despesas dos acidentes provocados neste ano em Ribeirão fosse poupado, cerca de 280 mil famílias poderiam receber, cada uma, uma cesta básica de R$ 200.
Ribeirão poderia construir todos os anos cerca de 90 creches para atender 224 crianças cada uma ou então cerca de 20 UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) como a que está sendo erguida na avenida 13 de Maio.
Em 2010, a Transerp registrou 34 acidentes com mortes. O atendimento a cada um deles teve um custo médio de R$ 205,5 mil, ou seja, um total de R$ 6,98 milhões (veja quadro abaixo).
Os acidentes sem vítimas somaram 6.357 casos, ao custo de R$ 29,49 milhões, e os registros com vítimas envolveram 1.772 pessoas, com um gasto de R$ 44 milhões.
A pesquisa traz ainda uma curiosidade: cada atropelado que está andando de bicicleta tem prejuízo médio de R$ 95 com o veículo. Porém, as despesas hospitalares superam os R$ 46 mil.
De acordo com o pesquisador do Ipea Carlos Henrique Carvalho a quantidade de acidentes tem crescido menos que a frota de veículos nos grandes centros.
No entanto, com o aumento das motocicletas nas ruas, os acidentes envolvendo esse tipo de veículo também aumentaram muito.
"Há dez anos 40% dos acidentes eram atropelamentos, em 2007 caiu para 25%. Os acidentes com moto, que em 1996 representavam 2% do total de mortes no trânsito, hoje chegam a 22%."
Carvalho afirma que as campanhas de conscientização, a lei seca e os investimentos em infraestrutura e engenharia têm ajudado a diminuir os acidentes graves.


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