Ribeirão Preto, Quarta-feira, 07 de Outubro de 2009

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Água de poço está menos potável na região

Levantamento da Cetesb mostra que qualidade caiu nas bacias da região de Ribeirão, Jaboticabal, Franca e Araraquara

Coleta nos poços em 2008 detectou excesso na água de substâncias como ferro, chumbo, alumínio, cromo e coliformes fecais


JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A qualidade da água retirada dos poços artesianos piorou em quatro das sete bacias hidrográficas que banham a região de Ribeirão Preto. É o que conclui o Painel de Qualidade Ambiental feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), com dados coletados em 2006 e 2008.
O levantamento constatou que os poços analisados -alguns para abastecimento das cidades- continham quantidades excessivas de chumbo, alumínio e coliformes fecais.
Quando a água do poço passa pelo sistema público de tratamento, impurezas como coliformes fecais são eliminadas. Mas metais como chumbo e alumínio, se estiverem dissolvidos na água (e não em partículas), podem não ser detectados e passar para a rede.
O estudo analisou 159 poços de todo o Estado. A qualidade da água que mais piorou foi detectada naqueles da bacia do Mogi Guaçu: caiu de 95,5% de nível potável para 79,2%. A bacia abastece locais como Sertãozinho e Jaboticabal.
Em três bacias da região cujos poços tinham 100% de potabilidade, a situação piorou. É o caso dos poços do Tietê/Jacaré, na região de Araraquara e São Carlos, cuja qualidade caiu para 80,8%. Também estão menos potáveis os poços do Pardo (Ribeirão), com 91,3%, e os do Sapucaí/Grande (Franca), 91,7%.
Somente em Ribeirão Preto, existem 400 poços artesianos e outros 200 em toda a bacia do Pardo, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Mas ainda há poços clandestinos em condomínios urbanos e sítios, de acordo com a Promotoria do Meio Ambiente e a Cetesb.
Segundo o diretor regional do Daee, Carlos Eduardo Alencastre, alguns aquíferos (sistema que armazena água no subsolo) estão mais suscetíveis aos riscos de contaminação.
O aquífero Guarani, que abastece a maior parte da região de Ribeirão, está em boas condições, segundo Alencastre. Os pontos mais superficiais de recarga, porém, como na região da zona leste, são mais suscetíveis a serem contaminados pelo homem.
Para evitar, é preciso proteger a área de recarga, diz o diretor. "Não se trata de proibir, mas é preciso criar condicionantes para evitar o crescimento de condomínios e loteamentos na zona leste."
Em Araraquara, a Cetesb detectou chumbo na água de poço. "Isso nos traz a preocupação de monitorar se é algo esporádico ou se existe fonte de contaminação, por adubo ou pesticida a base de chumbo ou por uma indústria", disse o diretor José Jorge Guimarães.
Na coleta dos poços em Franca, foi detectado excesso de coliformes fecais. Em quatro dos poços a água é captada pela Sabesp. As prefeituras de Franca e de São Joaquim da Barra exploram os outros dois.
Para o gerente da Cetesb de Franca, Francisco Setti, como a água é captada em grande profundidade, é mais provável que a contaminação tenha ocorrido na coleta. Ele disse que irá pedir à Sabesp e às prefeituras que revisem o armazenamento e a coleta da água.


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