|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Água de poço está menos potável na região
Levantamento da Cetesb mostra que qualidade caiu nas bacias da região de Ribeirão, Jaboticabal, Franca e Araraquara
Coleta nos poços em 2008 detectou excesso na água de substâncias como ferro, chumbo, alumínio, cromo e coliformes fecais
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A qualidade da água retirada
dos poços artesianos piorou em
quatro das sete bacias hidrográficas que banham a região
de Ribeirão Preto. É o que conclui o Painel de Qualidade Ambiental feito pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo), com dados coletados em 2006 e 2008.
O levantamento constatou
que os poços analisados -alguns para abastecimento das
cidades- continham quantidades excessivas de chumbo, alumínio e coliformes fecais.
Quando a água do poço passa
pelo sistema público de tratamento, impurezas como coliformes fecais são eliminadas.
Mas metais como chumbo e
alumínio, se estiverem dissolvidos na água (e não em partículas), podem não ser detectados e passar para a rede.
O estudo analisou 159 poços
de todo o Estado. A qualidade
da água que mais piorou foi detectada naqueles da bacia do
Mogi Guaçu: caiu de 95,5% de
nível potável para 79,2%. A bacia abastece locais como Sertãozinho e Jaboticabal.
Em três bacias da região cujos poços tinham 100% de potabilidade, a situação piorou. É o
caso dos poços do Tietê/Jacaré,
na região de Araraquara e São
Carlos, cuja qualidade caiu para
80,8%. Também estão menos
potáveis os poços do Pardo (Ribeirão), com 91,3%, e os do Sapucaí/Grande (Franca), 91,7%.
Somente em Ribeirão Preto,
existem 400 poços artesianos e
outros 200 em toda a bacia do
Pardo, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia
Elétrica). Mas ainda há poços
clandestinos em condomínios
urbanos e sítios, de acordo com
a Promotoria do Meio Ambiente e a Cetesb.
Segundo o diretor regional
do Daee, Carlos Eduardo Alencastre, alguns aquíferos (sistema que armazena água no subsolo) estão mais suscetíveis aos
riscos de contaminação.
O aquífero Guarani, que
abastece a maior parte da região de Ribeirão, está em boas
condições, segundo Alencastre.
Os pontos mais superficiais de
recarga, porém, como na região
da zona leste, são mais suscetíveis a serem contaminados pelo homem.
Para evitar, é preciso proteger a área de recarga, diz o diretor. "Não se trata de proibir,
mas é preciso criar condicionantes para evitar o crescimento de condomínios e loteamentos na zona leste."
Em Araraquara, a Cetesb detectou chumbo na água de poço. "Isso nos traz a preocupação de monitorar se é algo esporádico ou se existe fonte de
contaminação, por adubo ou
pesticida a base de chumbo ou
por uma indústria", disse o diretor José Jorge Guimarães.
Na coleta dos poços em Franca, foi detectado excesso de coliformes fecais. Em quatro dos
poços a água é captada pela Sabesp. As prefeituras de Franca
e de São Joaquim da Barra exploram os outros dois.
Para o gerente da Cetesb de
Franca, Francisco Setti, como a
água é captada em grande profundidade, é mais provável que
a contaminação tenha ocorrido
na coleta. Ele disse que irá pedir à Sabesp e às prefeituras
que revisem o armazenamento
e a coleta da água.
Texto Anterior: Com prejuízo de R$ 1,2 bi, Santelisa decide seu futuro Próximo Texto: Qualidade dos poços do Estado cai para 76,8% Índice
|