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Com R$ 6,08 bi, renda agrícola da região cai 6,8%
Queda ocorreu pela segunda vez seguida, impulsionada pela baixa remuneração no plantio da laranja e do café
Em 2008, o rendimento da produção agrícola na região chegou a R$ 6,5 bilhões, alavancado pela produção de cana
VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
O rendimento da produção agrícola da região, formada por 89 municípios,
caiu novamente no ano passado, após recuo que já havia
sido registrado em 2008.
Segundo pesquisa do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor
agrícola produziu R$ 6,08 bilhões -6,8% a menos do que
os R$ 6,5 bilhões registrados
no ano anterior.
No Estado de São Paulo e
no país também houve quedas, mas em níveis menores:
0,3% e 5,3%, respectivamente. Em valores, o rendimento
da agricultura foi de R$ 23,1
bilhões no Estado e de R$
140,8 bilhões no país.
Na região, a queda da renda gerada pela agricultura foi
favorecida pela baixa remuneração do café e da laranja
no ano passado, associada
ao aumento tímido dos lucros obtidos com a produção
de cana-de-açúcar.
Em Franca, por exemplo,
onde a cultura do café ainda
resiste, a queda no valor da
produção agrícola foi de
76,4%. Saiu de R$ 49,6 milhões para R$ 11,7 milhões.
Para o gerente de comercialização de café da Cocapec
(Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), Anselmo Magno de Paula, a
queda está ligada à bianualidade do cultivo do café, que
alterna safras altas e baixas.
"Isso tem sido bastante intenso na nossa região, sendo
que nos anos pares temos
grandes safras e nos anos ímpares, pequenas safras. Esse
tem sido o comportamento
da produção regional desde
2002", afirmou.
Já a cana, principal atividade agrícola da região, registrou aumento de 4,8% no
rendimento da produção, porém, menos que o crescimento no Estado e no país. Em valores reais, a produção da cana atingiu R$ 4,1 bilhões em
2009 na região, ante R$ 3,9
bilhões em 2008.
"Isso [crescimento menor
na região] mostra que a cana
tem sido cultivada não só na
região de Ribeirão, como em
todo o Estado e no Brasil",
disse o pesquisador do IAC
(Instituto Agronômico de
Campinas), Marcos Guimarães de Andrade Landell.
Já a laranja registrou, no
ano passado, queda tanto
nas áreas plantada e colhida,
como na remuneração dos citricultores da região.
Segundo o presidente da
Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), Flávio de Carvalho Pinto Viegas,
a redução das áreas plantada
e colhida está ligada à falta
de incentivo ao produtor.
"Como os preços estão subfaturados, muitos produtores
estão deixando de produzir."
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