Ribeirão Preto, Terça-feira, 07 de Dezembro de 2010

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Novas regras do BC "param" venda de carro financiado

Concessionárias chegaram a interromper negócios ontem de manhã por indefinição sobre taxa de juros

Bancos têm de exigir entrada de 20% em financiamentos de 24 a 36 meses e até 40% nos de 60 meses, no mínimo

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

As novas regras para financiamento de veículos anunciadas pelo Banco Central na última sexta, com restrições aos empréstimos com prazos longos, causaram reflexos nas concessionárias no primeiro dia de vigência.
Sem definição de novas tabelas de juros por parte dos bancos, que chegaram a interromper a aprovação de crédito, algumas lojas paralisaram a venda. Outras disseram que os negócios seguiam em "ritmo de espera".
O BC passou a exigir dos bancos uma reserva de capital maior para empréstimos longos. Para não cair nessa restrição, os bancos precisam exigir entrada de ao menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses. Entre 36 e 48 meses, a entrada sobe para pelo menos 30%, e, entre 48 e 60 meses, para 40%.
A tendência é que, com a necessidade de ampliar a reserva de capital, os bancos tenham menos dinheiro para emprestar e, consequentemente, elevem as taxas.
Na Atri Fiat, em Ribeirão, o diretor Roberto Nicolosi disse que ontem de manhã os bancos não estavam aprovando novas fichas para financiamentos. Ele afirmou, porém, que é cedo para avaliar o impacto das medidas.
Já o diretor da Vemafre Chevrolet de Franca, Frederico Bellini Merenda, disse acreditar que as medidas devem derrubar as vendas. Ontem de manhã também não havia aprovação de fichas.
Na Nova Chevrolet, em Ribeirão, os negócios foram mantidos porque o banco da montadora seguiu operando. Para o gerente comercial Rodney Merighi, o setor vai encontrar um "equilíbrio".
"A tendência é que haja um aumento maior [da taxa de juros] agora, mas em dois ou três dias ela deve recuar."
Se o momento é de indefinição sobre as taxas, a opção pela compra à vista mostra-se ainda mais vantajosa.
É o que pretende fazer o enfermeiro Cléber da Cruz, 35, que avaliava trocar seu Citroën C3 por uma picape Montana. "Sempre corri do financiamento, independentemente da taxa de juros."


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