Ribeirão Preto, Sábado, 08 de Agosto de 2009

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Lei Antifumo rende 5 multas na 1ª noite

Fiscais flagraram irregularidades em quatro estabelecimentos em Ribeirão e um em Barretos, mas ninguém estava fumando

No resto do Estado, foram mais 6 autuações, sendo três em São Paulo, uma em Campinas, uma Presidente Prudente e uma em Itapeva


Silva Junior/Folha Imagem
Fiscais conversam com dono do bar Os Caipira, André Biagini, que fez camisetas para os garçons

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

A primeira fiscalização punitiva na madrugada que abriu a era da proibição do cigarro em ambientes fechados multou cinco estabelecimentos na região, sendo quatro deles em Ribeirão Preto, cidade recordista em infrações no Estado.
Foram 11 autuações em São Paulo, três na capital. Barretos, Campinas, Pres. Prudente e Itapeva tiveram uma irregularidade cada. A Vigilância Sanitária do Estado, que comandou a operação em Ribeirão, não informou o nome dos estabelecimentos multados. Disse apenas que o principal motivo das punições foi a ausência das placas padronizadas de alerta sobre a lei.
Além disso, foram achadas, em alguns dos locais bitucas e cinzeiros usados, mas ninguém foi flagrado fumando. Ao todo, 15 estabelecimentos foram visitados pelos fiscais. Os trabalhos começaram minutos depois da meia-noite, a partir de quando passou a valer a nova legislação, e foram até as 3h. Oito fiscais -quatro do município e quatro do Estado- se dividiram em duas equipes.
Essa mesma equipe fará blitze noturnas até fevereiro do próximo ano. Depois, somente o município será responsável pela fiscalização local. "A maioria entendeu o sentido da lei e a respeitou. Já os quatro autuados ignoraram as orientações dadas antes", disse Ondina Dourado Galerane, diretora da Vigilância Sanitária Estadual na região.
Durante a fiscalização, os técnicos se surpreenderam com alguns locais que fizeram mais do que pede a lei, como no bar Os Caipira, na Vila Tibério. O dono, André Biagini, personalizou 17 camisetas com o símbolo da campanha e as distribuiu aos funcionários. "Funcionou, pois não tive nenhum problema. Ao contrário, alguns vieram me dizer que fumaram menos por terem de ir lá fora para fazer isso", disse.
Em Barretos, a Folha apurou que o Bar e Restaurante Barbosa foi autuado por deixar que as pessoas fumassem livremente e por não ter sinalização obrigatória. Seis estabelecimentos foram vistoriados na cidade. O proprietário, José Carlos de Souza Barbosa, disse que foi "pego de calças curtas".
"Esperávamos que a fiscalização fosse começar no dia 7, não à meia-noite do dia 6. Eles [técnicos] entraram no salão, viram cinzeiros com cinzas e bitucas de cigarros e fizeram a autuação na hora. Não perdoaram", disse Barbosa, que prometeu regularizar a situação. Os comerciantes punidos têm dez dias para recorrer. Em caso de reincidência, a multa, que vai de R$ 792,50 a R$ 1.585, dobra. O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ribeirão não se opôs às multas, mas questionou o fato de a punição recair sobre o comerciante.

Colaborou LUCAS REIS



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