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Credores rejeitam duas propostas e adiam, de novo, venda do Gimenes
Decisão, encabeçada por bancos, abre caminho para outros interessados
ROBERTO MADUREIRA
ENVIADO A SERTÃOZINHO
Os credores relacionados no
processo de recuperação judicial da rede de supermercados
Gimenes, de Sertãozinho, rejeitaram ontem, em assembleia,
as duas propostas de venda do
grupo feitas pela rede francesa
Carrefour e pelo Ricoy.
O motivo, segundo os credores ouvidos pela Folha, é que
ambas são "muito ruins".
A decisão foi encabeçada pelos representantes de bancos
presentes -Safra, Ribeirão
Preto, HSBC e Citibank-, que
detêm maior volume de crédito
e maior força de voto.
A decisão precisa de maioria
absoluta de votos por credor e
em volume de crédito em cada
uma das duas classes de credores, os sem e os com garantia.
Pela decisão de ontem, a assembleia foi suspensa e remarcada novamente. A decisão sobre o futuro da rede, a maior do
interior em número de lojas, ficou para a próxima quarta.
Para a nova reunião, ficou
acordado que o Ricoy perde a
prioridade de compra e abre
para novas de propostas de outras empresas. A expectativa
dos credores é que pelo menos
as duas propostas já apresentadas sejam aumentadas.
"Decidimos que não aceitaríamos nenhuma [proposta],
pois assim forçamos eles a melhorá-las", afirmou Luiz Gilberto Bitar, advogado representante do Banco Safra.
A proposta do Carrefour prevê pagamento à vista no valor
entre R$ 46 milhões e R$ 55
milhões pela abertura de número de lojas que varia de 12 a
22 das 23 que tinha o Gimenes.
Os franceses prometeram recontratar 55% da mão-de-obra
de 1.700 funcionários.
Ontem, os credores foram
informados que a proposta do
Carrefour sequer havia sido
protocolada como oficial, portanto, era apenas uma estimativa. "É como se eu te vendesse
uma camisa e, depois de usar,
você me dissesse o quanto pagaria por ela", disse o advogado
Samuel Pasquim, que representa dois fornecedores.
O Ricoy, em sua intenção,
oferece R$ 80 milhões parcelados em 96 vezes e prevê a reabertura de todas as lojas. Neste
caso, até 80% dos trabalhadores seriam recontratados.
Na votação por credor, o grupo paulistano, sexto maior do
Estado, com 59 lojas, recebeu
cerca de 80 votos, insuficientes
para a aquisição. Os franceses
não receberam nenhum.
"Tentamos adequações, mas
os dois interessados se mantiveram irredutíveis. Tentamos
muito, mas não deu", disse a
advogada Cristiani Herédio, da
rede Francói de utensílios.
O Gimenes, em recuperação
desde dezembro, deve cerca de
R$ 165 milhões. Do total, cerca
de R$ 99 milhões são com fornecedores, justamente os que
arcariam com o prejuízo em
ambas as propostas.
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