Ribeirão Preto, Sábado, 09 de Maio de 2009

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Falta de médicos e mutirão "estouram" consultas na Saúde

Balanço afirma que produtividade médica foi 31,44% maior do que meta projetada para abril na rede em Ribeirão Preto

Segundo a Secretaria da Saúde, médicos tiveram de fazer mais horas extras principalmente na urgência e emergência


JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

Levantamento da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto revela que médicos e dentistas da rede extrapolaram a meta de atendimento prevista no mês passado. Segundo o balanço, os médicos realizaram 123.532 atendimentos, 31,44% a mais do que a meta, de 93.985 atendimentos. Na odontologia, foram realizados 33.313 atendimentos, quando o esperado era 32.984 -1,27% a mais.
Segundo a secretária Carla Palhares (Saúde), o estouro de atendimentos ocorreu porque houve saída de médicos e a rede precisou aumentar as horas extras dos que ficaram, principalmente para atender o setor de urgência e emergência.
A prefeitura alega ter dificuldade em contratar médicos. O primeiro concurso aberto neste ano teve de ser prorrogado por falta de interessados, exatamente como ocorreu nos concursos abertos na administração do ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB).
Foram oferecidas 60 vagas, mas só 20 se inscreveram. Durante a campanha, a prefeita Dárcy Vera (DEM) afirmou diversas vezes que iria valorizar a carreira para atrair médicos, mas continuou a oferecer remuneração baixa, de R$ 3.300.
Na área da odontologia, a alta se deveu, de acordo com Palhares, ao mutirão realizado nas escolas municipais entre fevereiro e março para tratamento dos estudantes, que acabaram sendo computados nos dados do mês de abril.
A produtividade de atendimentos é calculada com base na estimativa populacional e na proporção de atendimentos preconizados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
No caso dos médicos, a OMS projeta um ideal de duas a três consultas ao ano por pessoa. Na odontologia, de 0,5 a uma consulta per capita. O valor é projetado no tamanho da população e dividido por 12.
Segundo o diretor do departamento de Atenção à Saúde das Pessoas, Wadis Gomes da Silva, se o ideal de produtividade atinge os 100% ou mais, o médico recebe prêmio de incentivo à produtividade.
Como a Folha publicou, em 2006, uma auditoria de médicos do Departamento Regional de Saúde detectou problemas no rendimento das consultas nas cinco unidades distritais da rede de Ribeirão. Em média, elas duravam cinco minutos.


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