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Represas da região vão abrir suas comportas
Se abertura ocorrer, os ranchos do rio Pardo ficarão inundados, afirma Daee
Vazão anteontem chegou a 670 m3 por segundo, o dobro da média diária; água já chega ao joelho em ranchos de Pitangueiras
DOUGLAS SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A AES Tietê -empresa que
administra as hidrelétricas da
região- anunciou que, se a
chuva não diminuir, os vertedouros das represas de Caconde e Limoeiro, no rio Pardo, podem ser abertos na semana que vem. O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), informou que a vazão do rio Pardo anteontem foi a maior dos últimos 20 anos, chegando a 670 m3 por segundo.
A média diária é de 346,31
m3. Se as comportas de Caconde realmente se abrirem, o alagamento de ranchos ao longo
do rio Pardo será inevitável, diz
o diretor regional do Daee, Carlos Eduardo Alencastre.
"O nível do rio está muito
acima do normal para dezembro. A quantidade das chuvas é
quase igual à de janeiro, época
em que normalmente alaga",
afirmou Alencastre.
Os ranchos a beira do rio
Mogi-Guaçu em Pitangueiras
estão com a água na altura do
joelho. Segundo o rancheiro
José Zefiro Zanotti, 78, a enchente chegou cedo. Já o colega José Roberto Pereira, 55, diz
que os móveis da casa estão erguidos desde segunda. "Tem
lugar em que a água já passou
de quatro metros do chão."
Em Ribeirão Preto, os clubes
Regatas e Caiçara, que ficam às
margens do rio, informaram
que a água não chegou a entrar
nos clubes, mas o nível é alto.
Segundo Alencastre, o nível
de vazão do rio neste mês é o
quarto maior da história. No
recorde, em 1981, a vazão chegou a 831,2 m3 por segundo.
"Porém, se as chuvas não diminuírem e os vertedouros abrirem ainda em dezembro, estaremos próximos de bater o recorde histórico de vazão."
As fortes chuvas de janeiro
de 2007, que atingiram toda a
região, deixaram pelo menos
126 pontos de risco à população nos dez municípios da região mais afetados -Ribeirão,
Franca, Mococa, Fernando
Prestes, Patrocínio Paulista,
Santa Rosa de Viterbo, Barretos, Serrana, Matão e Restinga.
Foram interditadas casas,
ruas com risco de erosão e pontes que tiveram a estrutura
abalada. Em janeiro daquele
ano, a vazão do Pardo chegou a
1.499 metros cúbicos por segundo, e foi a maior já registrada pelo Daee desde o início da
medição no local, em 1941.
O reservatório de Caconde
em 2007 registrava 94,83% de
sua capacidade total. Ontem,
segundo a AES Tietê, o nível
era de 51,19%.
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