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Remédio contra a dengue divide os especialistas
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um remédio homeopático
para tratamento da dengue,
vendido em farmácias de Ribeirão Preto, divide especialistas. A prefeitura e a Secretaria de Estado da Saúde não
reconhecem sua eficácia.
A Folha comprou o remédio em uma farmácia de manipulação do Jardim Irajá
por R$ 9 o frasco. A reportagem nem precisou esperar a
manipulação da fórmula.
"Tem pronto porque sai bastante", disse a balconista.
A indicação foi de cinco
gotas três vezes por semana
para "prevenir" a dengue e a
mesma dose a cada cinco horas no caso de o comprador
já estar doente.
O dono da farmácia Marcelo Mendes disse que vende
de oito a dez frascos por dia.
Ele teve dengue em janeiro,
enquanto tomava a medicação. "Mas tive sintomas fracos por causa do remédio."
O médico epidemiologista
Cláudio Souza de Paula, da
Vigilância Epidemiológica
de Ribeirão, disse desconhecer o produto. "A dengue é
uma doença aguda e não
existe indicação de remédio
homeopático."
Já a Secretaria de Estado
da Saúde informou que não
há comprovação da eficácia
do remédio para o tratamento direto da dengue.
A fórmula indicada no
frasco vendido em Ribeirão
aponta uma composição de
phosporus, crotalus e eupatorium. O remédio foi criado
pelo médico Renan Marino,
da Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto. Segundo ele, os testes apontaram 72% de eficácia.
O remédio foi autorizado
pela Anvisa em 2008 e passou a ser comercializado pelo laboratório Almeida Prado com o nome Proden.
A reportagem constatou
que o medicamento está à
venda em várias farmácias
de Ribeirão, em caixas de 30
comprimidos. A embalagem
indica o remédio para "auxiliar no tratamento dos sintomas da dengue."
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