Ribeirão Preto, Sábado, 10 de Abril de 2010

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Remédio contra a dengue divide os especialistas

DA FOLHA RIBEIRÃO

Um remédio homeopático para tratamento da dengue, vendido em farmácias de Ribeirão Preto, divide especialistas. A prefeitura e a Secretaria de Estado da Saúde não reconhecem sua eficácia.
A Folha comprou o remédio em uma farmácia de manipulação do Jardim Irajá por R$ 9 o frasco. A reportagem nem precisou esperar a manipulação da fórmula. "Tem pronto porque sai bastante", disse a balconista.
A indicação foi de cinco gotas três vezes por semana para "prevenir" a dengue e a mesma dose a cada cinco horas no caso de o comprador já estar doente.
O dono da farmácia Marcelo Mendes disse que vende de oito a dez frascos por dia. Ele teve dengue em janeiro, enquanto tomava a medicação. "Mas tive sintomas fracos por causa do remédio."
O médico epidemiologista Cláudio Souza de Paula, da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão, disse desconhecer o produto. "A dengue é uma doença aguda e não existe indicação de remédio homeopático."
Já a Secretaria de Estado da Saúde informou que não há comprovação da eficácia do remédio para o tratamento direto da dengue.
A fórmula indicada no frasco vendido em Ribeirão aponta uma composição de phosporus, crotalus e eupatorium. O remédio foi criado pelo médico Renan Marino, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Segundo ele, os testes apontaram 72% de eficácia.
O remédio foi autorizado pela Anvisa em 2008 e passou a ser comercializado pelo laboratório Almeida Prado com o nome Proden.
A reportagem constatou que o medicamento está à venda em várias farmácias de Ribeirão, em caixas de 30 comprimidos. A embalagem indica o remédio para "auxiliar no tratamento dos sintomas da dengue."


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