Ribeirão Preto, Sábado, 10 de Julho de 2010

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Dívida motivou doação do Santa Lydia

Diretor da instituição diz que outro objetivo também é permitir a volta do atendimento aos pacientes do SUS

Hospital foi fundado há 50 anos pela família Ribeiro Pinto para atender a crianças carentes da região

Edson Silva/Folhapress
Fachada do Hospital Santa Lydia, que foi doado anteontem para a Prefeitura de Ribeirão

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A doação do Hospital Santa Lydia para a Prefeitura de Ribeirão Preto foi motivada principalmente pelas dívidas acumuladas pela instituição.
A doação do hospital, que foi criado em 1960 para atender crianças carentes da região, foi oficializada anteontem na prefeitura.
Aberto por Arnaldo Moreira Pinto e Maria Helena Ribeiro Pinto, o Instituto de Ortopedia Infantil Santa Lydia era considerado centro de referência no tratamento infantil, durante as epidemias de poliomielite e meningite.
Em 1983, passou a atender também adultos e foi transformado num hospital geral. Nesta mesma época, o hospital passou a ter uma ala para atender pacientes de convênios médicos -cerca de 30% das internações.
Após 50 anos sendo gerenciado pelos Ribeiro Pinto, o hospital será transformado em instituição municipal.
Os principais motivos para a doação, segundo Ricardo de Freitas Moreira, diretor do hospital e representante da família, foram as dificuldades de pagar as dívidas adquiridas ao longo dos anos e a possibilidade de voltar a atender os pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
De acordo com Moreira, desde 2004, quando houve a redução de internações pelo SUS -passando de 70% para 15% do total por mês- a diretoria já pensava numa maneira de reverter a situação.
"Tentamos fazer com que o município ajudasse o hospital financeiramente, para que pudéssemos voltar a atender plenamente o SUS, mas a gestão da época não se interessou. Tentamos também convênios com faculdades privadas de medicina, mas não deu certo."
Desde 2004, as internações pelo SUS são apenas nos setores infantis e neo-natal. Segundo Moreira, para voltar a atender mais internações pelo SUS é necessário gerar um fluxo grande de pacientes que dependem desse serviço. "Nada melhor que a prefeitura para trazer esses pacientes do SUS ao hospital. Dessa maneira será possível que o hospital se pague e pague as dívidas", afirmou.
A dívida do Santa Lydia é de R$ 5 milhões, incluindo R$ 3,3 milhões em financiamentos e débitos com fornecedores, R$ 900 mil com a CPFL, R$ 600 mil do Daerp e R$ 333 mil com o FGTS -119 parcelas no valor de R$ 2.800 que devem ser pagos ao longo de dez anos.
A dívida será "herdada" pela prefeitura com a transferência do hospital.
"É muito caro tocar um centro médico deste porte e que precisa de investimento constante", afirmou Moreira.


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