Ribeirão Preto, Domingo, 10 de Julho de 2011

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Diocese dita regras e pede bom senso

Padres são orientados a não celebrar sacramento em bufês ou jardins e a pedir músicas com sentido religioso

Tendência é que as pessoas busquem o rito religioso, mesmo rígido, pelo valor que é dado ao casamento, diz docente

DE RIBEIRÃO PRETO

As dioceses e arquidioceses, espécies de governo central, devem criar as regras gerais para casamentos nas suas paróquias. Outras normatizações dependem do bom senso de cada padre.
A Arquidiocese de São Paulo, por exemplo, segue há aproximadamente cinco anos o chamado "Diretório dos Sacramentos".
Uma das regras é a de proibir a realização de cerimônias em locais não religiosos, como bufês e chácaras.
Casos excepcionais precisam de aval do bispo ou arcebispo, segundo o vigário episcopal para as comunicações, cônego Antonio Aparecido Pereira.
"A Igreja sempre teve pedidos para casamentos em locais não religiosos. É preciso autorização, mas ainda assim há abusos, porque isso se tornou uma indústria do casamento", afirma.
Entre as exceções, estão casos de noivos de religiões diferentes -a cerimônia pode ocorrer em local neutro.
O diretório também alerta que a celebração é religiosa e, por isso, as músicas devem ter o mesmo sentido.
"Mas algumas coisas não estão no diretório, então vai do bom senso", diz.
A Arquidiocese de Ribeirão publicou em 2001 as diretrizes para o matrimônio, que reforçam o veto a casamentos em bufês e jardins. Em locais com oratório privado, há a possibilidade, mas com aval do arcebispo.
O documento pede que o casamento seja uma "festa religiosa", e não "com características simplesmente sociais e profanas."
Se houver decoração, o texto pede que seja feita com simplicidade, sem ostentações. A arquidiocese reprova canções de novelas e filmes durante a celebração.
Em resposta por e-mail, o arcebispo de Ribeirão, dom Joviano de Lima Júnior, disse que músicas e outros elementos devem dar ao casamento "o seu caráter de sacramento, isto é, de encontro dos noivos com Cristo."
Mesmo com as regras, a tendência é que as pessoas continuem a seguir ritos religiosos, pelo valor do ritual para o ser humano.
A opinião é da psicoterapeuta Marilene Krom, docente da Unesp de Bauru, autora de livros sobre mitos da família e do casamento. A vida humana, diz, é cercada de rituais desde o nascimento.
"O casamento sempre foi um evento social, desde o início dos tempos, e para diferentes culturas. Para celebrar acordos, o homem segue esses rituais." (JC)

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