Ribeirão tem uma farmácia para cada 1.529 habitantes, enquanto a OMS recomenda uma a cada 8.000

BRUNA SANIELE
DA FOLHA RIBEIRÃO

Ribeirão Preto tem uma farmácia para cada 1.529,13 habitantes, cinco vezes mais que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A média recomendada pela OMS é de uma farmácia para cada 8.000 habitantes.
São 330 estabelecimentos comerciais na cidade, segundo a Secretaria da Fazenda de Ribeirão, e 35 farmácias do SUS (Sistema Único de Saúde), de acordo com dados da Secretaria da Saúde, compondo um volume que não para de crescer.
"É uma cidade muito importante, que a rede precisava estar presente", disse André Elias, diretor de marketing da Drogaria São Paulo, que abriu unidade na Presidente Vargas.
Segundo Kléber Fernando Ferreira, diretor do Conselho Regional de Farmácia, o número de farmácias na cidade é excessivo e não atinge de forma ideal a população. A maioria está em áreas centrais ou bairros de maior poder aquisitivo.
"Não tem uma política pública capaz de coibir a abertura dos estabelecimentos. Falta uma lei de zoneamento que proíba a abertura de farmácias muito próximas. Não há nenhum benefício à população da forma como está. Além do alto número, elas estão mal distribuídas", disse Ferreira.
Para o diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto, Augusto César Spadaro, as farmácias atualmente têm mais lucros com outros produtos do que com medicamentos.
"É como um posto de combustível, que tem mais lucro com a loja de conveniência do que com a gasolina", afirmou.
Para a secretária da Saúde, Carla Palhares, deveria haver uma política pública para limitar o número de estabelecimentos. Além das grandes redes, a cidade tem duas farmácias populares e há projeto para criar outras duas.
Segundo ela, não há projeto de limitação do número de farmácias em andamento em Ribeirão Preto.


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