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Mãe é presa acusada de assassinar filho
Segundo a polícia de Tabatinga, ela pôs inseticida na mamadeira e depois cortou pescoço e joelho do bebê de cinco meses
Mulher de 39 anos, que era solteira, vivia com os pais e integrava uma família tradicional local; ela pode ter tido "surto psicótico"
LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A TABATINGA
A dona-de-casa Teresa Cristina Gerolamo, 39, filha de produtores rurais de Tabatinga e
integrante de uma das mais tradicionais famílias da cidade
-dois supermercados locais,
de parentes seus, fecharam ontem por luto-, foi presa anteontem acusada de matar o filho, Wesley, de cinco meses.
Em seguida, segundo a polícia, tentou se matar, mas foi
impedida pelo pai, Antônio Gerolamo, 66, e por policiais militares. Segundo o delegado Roberto Carlos de Santi, ela escreveu em uma carta que estava
sem vontade de viver e descreveu, em detalhes, como matou
a criança: colocou um inseticida doméstico (SBP) no leite do
filho, mas, ao notar que ele ainda vivia, cortou o pescoço e o
joelho dele. Com a mesma faca,
cortou os próprios pulsos.
Ela é solteira e vivia com os
pais na casa onde ocorreu o crime. Quando o pai chegou, por
volta das 13h de anteontem, encontrou Teresa de pé, ensanguentada, chorando. O bebê estava morto sobre uma cama.
Laudo da médica que a atendeu no pronto-socorro local
disse que Teresa estava sob
"surto psicótico". Ela seguia internada ontem à tarde em um
hospital psiquiátrico, cuja localidade não foi divulgada.
Ela será indiciada por homicídio qualificado. Segundo familiares e conhecidos, ela nunca apresentou alterações psicológicas. No quintal do sítio onde mora, Gerolamo conservou
rapidamente com a Folha. Estava visivelmente transtornado
e, segundo familiares, não comia nem dormia havia 24 horas. "Melhor esquecer isso, vamos apagar essa história. O que
aconteceu foi horrível."
Segundo o obstetra Krikor
Boyaciyan, docente da Unifesp,
casos de depressão pós-parto
são mais comuns no período de
até 42 dias após o nascimento.
"Com cinco meses, é muito difícil", disse. O mais provável,
para ele, é que ela tenha antecedentes de distúrbios mentais
e psicopatias que, com a gravidez, podem ter se agravado.
Boyaciyan não descarta, entretanto, a hipótese de depressão
pós-parto.
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