Ribeirão Preto, Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008

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Mãe é presa acusada de assassinar filho

Segundo a polícia de Tabatinga, ela pôs inseticida na mamadeira e depois cortou pescoço e joelho do bebê de cinco meses

Mulher de 39 anos, que era solteira, vivia com os pais e integrava uma família tradicional local; ela pode ter tido "surto psicótico"

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A TABATINGA

A dona-de-casa Teresa Cristina Gerolamo, 39, filha de produtores rurais de Tabatinga e integrante de uma das mais tradicionais famílias da cidade -dois supermercados locais, de parentes seus, fecharam ontem por luto-, foi presa anteontem acusada de matar o filho, Wesley, de cinco meses.
Em seguida, segundo a polícia, tentou se matar, mas foi impedida pelo pai, Antônio Gerolamo, 66, e por policiais militares. Segundo o delegado Roberto Carlos de Santi, ela escreveu em uma carta que estava sem vontade de viver e descreveu, em detalhes, como matou a criança: colocou um inseticida doméstico (SBP) no leite do filho, mas, ao notar que ele ainda vivia, cortou o pescoço e o joelho dele. Com a mesma faca, cortou os próprios pulsos.
Ela é solteira e vivia com os pais na casa onde ocorreu o crime. Quando o pai chegou, por volta das 13h de anteontem, encontrou Teresa de pé, ensanguentada, chorando. O bebê estava morto sobre uma cama.
Laudo da médica que a atendeu no pronto-socorro local disse que Teresa estava sob "surto psicótico". Ela seguia internada ontem à tarde em um hospital psiquiátrico, cuja localidade não foi divulgada.
Ela será indiciada por homicídio qualificado. Segundo familiares e conhecidos, ela nunca apresentou alterações psicológicas. No quintal do sítio onde mora, Gerolamo conservou rapidamente com a Folha. Estava visivelmente transtornado e, segundo familiares, não comia nem dormia havia 24 horas. "Melhor esquecer isso, vamos apagar essa história. O que aconteceu foi horrível."
Segundo o obstetra Krikor Boyaciyan, docente da Unifesp, casos de depressão pós-parto são mais comuns no período de até 42 dias após o nascimento. "Com cinco meses, é muito difícil", disse. O mais provável, para ele, é que ela tenha antecedentes de distúrbios mentais e psicopatias que, com a gravidez, podem ter se agravado. Boyaciyan não descarta, entretanto, a hipótese de depressão pós-parto.


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