Ribeirão Preto, Segunda, 12 de abril de 1999

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Violência cresce e assusta moradores

da enviada especial

O aumento da violência nos últimos meses preocupa a população de Jaboticabal.
De acordo com o delegado Osvaldo José da Silva, a cidade chegou a ficar seis meses sem registrar casos de roubo. Só na semana passada, duas motos e um carro foram roubados na cidade.
Nos últimos seis meses, uma mototaxista foi assassinada, o usineiro Aldeir Bellodi foi sequestrado e um oficial de Justiça foi feito refém e deixado nu na rodovia para que seu carro fosse roubado.
"Jaboticabal sempre foi uma cidade pacata, mas, com todos esses fatos, acho que as pessoas vão ter de mudar seus hábitos de cidadezinha de interior", afirmou a comerciante Maria Lúcia Pereira, que foi ontem ao velório.
Para a bancária Marina Delfino Carboni, o desemprego tem estimulado a violência na cidade.
"Não há explicação para um crime como esse. São crianças, filhas de famílias idôneas da cidade. Não há mais como ter sossego." Segundo ela, os crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos, crescem em proporção maior.

Pressentimento
O avô do garoto Thales, Manoel Bento Ferreira, disse que havia pedido ao neto para não ir mais de bicicleta com os amigos ao rancho da família, distante cerca de oito quilômetros de sua casa.
"Com os fatos que vêm acontecendo na cidade, achei que estava ficando perigoso. Ontem (anteontem), quando ele passou para buscar a chave comigo, tentei convencê-lo a não ir. Parece que eu estava pressentindo", afirmou.
Para Ferreira, não há motivos para alguém cometer o crime. "Somos antigos na cidade e não temos inimizades."
Fábio morava apenas com a mãe nos fundos da casa da família de Thales.
"Conheço o Thales há muito tempo. Não entendo essa morte", disse o segurança Gilberto da Silva. (LC)



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