Ribeirão Preto, Domingo, 12 de Junho de 2011

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Até DEM e PSDB "preservam" Palocci

Em Ribeirão, nem integrantes dos partidos adversários do PT exploraram publicamente a queda do ex-ministro

Embora o PT de Ribeirão tenha se pronunciado apenas no fim da crise, o ambiente é acolhedor ao ex-ministro de Dilma

DE RIBEIRÃO PRETO

Na terra natal e berço político de Antonio Palocci, nem tucanos nem democratas, adversários do PT, exploraram publicamente e de forma espontânea a segunda queda do petista ribeirão-pretano do governo federal.
Na Câmara de Ribeirão, onde se usa a tribuna para o embate político, ninguém se pronunciou para criticar Palocci. Nem o presidente da Casa, Nicanor Lopes (PSDB), atacou o ex-ministro.
Só quando procurado pela Folha ele se manifestou e falou do ambiente de admiração a Palocci que paira na cidade. "Para eu admirar um político, ele tem de provar que é probo, correto."
Para ele, Palocci até é "politicamente habilidoso", mas pesam contra o petista suspeitas sobre sua conduta -a última é sobre a multiplicação do patrimônio por 20 entre 2006 e 2010.
Sempre crítica ao PT, a vereadora Silvana Resende (PSDB) também poupou Palocci na tribuna da Câmara. Ela se manifestou sobre o assunto após ser questionada no Twitter, mas antes de o ex-prefeito perder o cargo no governo federal.
"Ribeirão conheceu bem antes do Brasil quem é Palocci [...]. Depois, já em Brasília, todo mundo viu no que deu [...]. Agora, [ele] tenta se blindar para não explicar o milagre da multiplicação do patrimônio pessoal", escreveu Silvana no Twitter.
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM), desde o início da crise que Palocci protagonizou nos últimos dias, jamais se posicionou publicamente sobre a situação do petista.
Pelo contrário, ela evitou falar sobre o assunto mesmo quando foi questionada.
Como deputado federal nos primeiros anos do mandato de Dárcy e ministro da Casa Civil até o meio da última semana, o petista "abria portas" para ela em Brasília. Uma ajuda que a prefeita propagava a cada oportunidade.

COMPANHEIROS
Se entre os adversários a regra é, pelo menos institucionalmente, preservar quem até agora era o "homem forte" da presidente Dilma Rousseff (PT), entre os aliados o ambiente é acolhedor para Palocci.
Prova disso é que, mal ele foi demitido da Casa Civil, o presidente do PT de Ribeirão, Pedro de Jesus Sampaio, afirmou que irá tentar convencer o ex-ministro a ser candidato a prefeito da cidade mais uma vez (leia texto ao lado).
Para o único vereador petista na Câmara, Jorge Parada, o "clima de aprovação" a Palocci é "algo natural" no município. "Eu estranharia se fosse o contrário, por tudo o que ele representou para a região e o modo como projetou o nome da cidade para o Brasil", afirmou.
O PT de Ribeirão só se pronunciou oficialmente sobre a situação de seu "maior nome" já no final da crise.
(ARARIPE CASTILHO)


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