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Ribeirão perde mais uma ação de enchente
TJ manda prefeitura indenizar cinco famílias cujas casas foram inundadas em cheia de 2002; valor previsto é de R$ 50 mil
É o 93º processo que o governo perde na Justiça por causa de vítimas das inundações ocorridas na cidade em 1999 e 2002
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Prefeitura de Ribeirão Preto terá de indenizar cinco famílias que tiveram suas casas invadidas pelas águas do ribeirão
Preto e do córrego Retiro Saudoso, após enchentes em fevereiro de 2002. A decisão é do
Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou um recurso da
prefeitura contra sentença anterior, também favorável aos
moradores. Cabe recurso.
Desde 1999, a prefeitura já foi
alvo de 93 ações por perdas
causadas pelas enchentes, segundo a Secretaria de Negócios
Jurídicos de Ribeirão.
A indenização pedida à época
da ação, de R$ 160 mil, foi reduzida na sentença para cem salários mínimos de 2002. Corrigido, o valor corresponde hoje a
cerca de R$ 50 mil.
O advogado Ivanei Zoccal representa cerca de 200 famílias
em ações contra a prefeitura
por causa de enchentes ocorridas em 1999 e 2002.
A última ação se refere à
cheia de fevereiro de 2002 que
atingiu as casas de Luiza Garcia
Rezende, Luiz Lima, Luiz Bianchini Neto, Lucileide Rodrigues Guimarães Tavares e Lurdes Tibúrcio de Matos.
Filha de Luiz Lima, a telefonista Gisele Cristina Rodrigues
Lima, 33, diz que a família havia
reformado a casa na rua Ângelo
Mestriner, Vila Virgínia, um
mês e meio antes da enchente.
"Não sobrou uma peça de roupa. Mantimentos, móveis, perdemos tudo".
Segundo ela, o local já havia
sofrido com enchentes, mas
nunca naquela proporção. "A
água entrou pela janela, encheu
de uma hora para outra."
No relatório que nega o recurso, o desembargador Osvaldo de Oliveira diz que "providências deveriam ter sido tomadas para solucionar o problema, tais como a ampliação
da capacidade de vazão dos córregos, captação de águas pluviais, construção de reservatórios de amortecimento, de barragens de contenção, além da
simples limpeza das margens e
desassoreamento".
A Folha procurou a prefeitura para comentar a atual decisão, mas não obteve resposta.
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