Ribeirão Preto, Sábado, 13 de Março de 2010

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Migrante da Cetrem vira alvo de operação

Cinco delegados e 39 investigadores participam de megaoperação da Polícia Civil de Ribeirão, que deteve 24 moradores

Os homens, todos sem documentos válidos, foram levados para identificação no Distrito Policial; para promotor, ação é legal

Silva Junior/Folha Imagem
Migrantes retirados da Cetrem de Ribeirão Preto são vigiados por policiais civis no 2º Distrito Policial; somente dois dos detidos permaneceram presos

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os moradores de rua abrigados na Cetrem (Central de Triagem e Encaminhamento do Migrante) foram o principal alvo da primeira megaoperação da Polícia Civil realizada sob o comando do novo delegado seccional de Ribeirão Preto, Wanir José da Silveira Júnior.
Cinco delegados, 39 investigadores, dois escrivães, um papiloscopista com um auxiliar, dois agentes de telecomunicações e um agente policial participaram da operação na noite de anteontem. As equipes foram divididas em 17 carros. Havia também um ônibus e um caminhão para levar os detidos.
O objetivo da operação, segundo o seccional, era abordar pessoas suspeitas para identificar possíveis autores de roubo ou furto e foragidos.
Só um dos 24 detidos na Cetrem, serviço de assistência social mantido pela prefeitura, foi preso. Foi para a cadeia também um foragido do Instituto Penal Agrícola de Bauru, onde cumpria pena por tráfico de drogas, que foi localizado nos Campos Elíseos.
Os 24 detidos na Cetrem, que nunca havia sido alvo de uma operação policial desse porte, foram levados de ônibus até a delegacia. Todos estavam sem documento de identificação ou tinham documentos ilegíveis ou eram de fora do Estado.
Os homens, a maioria moradores de rua, foram fotografados e tiveram as impressões digitais registradas. O preso em flagrante havia falsificado uma carteira de trabalho para manter identidade em sigilo -o homem foi autor de ao menos dois roubos, segundo o delegado Haroldo Chaud, assistente do 2º DP, que abrange aquela área.
Para Chaud, apesar de terem ocorrido apenas duas prisões, a operação foi bem-sucedida. "O fato de a pessoa [sem documento] ser fotografada e ter as impressões digitais reconhecidas faz a pessoa que tiver intenções erradas pensar um pouquinho", disse o delegado.
Segundo Chaud, o Cetrem vai passar a ser alvo de operações frequentes da polícia e deve ser visitado novamente no próximo mês.
A coordenadora da Cetrem, Rosângela Duzzi Augusto, considerou a "visita" positiva.
"Foi uma operação tranquila. Quem tinha documentação ficou no Cetrem e depois todos foram devolvidos aqui.
De acordo com o promotor Luiz Henrique Pacini Costa, da Promotoria Criminal de Ribeirão, levar os homens do Cetrem para identificação no plantão policial é legal e faz parte do "poder de polícia". "Muitas pessoas saem dos seus Estados para esconder a real identidade e essas pessoas podem estar envolvidas em crimes", disse.


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