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Descobertas de dinossauros acontecem por acaso em Monte Alto e levam multidão de visitantes à cidade
Sitiante encontra titanossauro no mato
do enviado especial
O sitiante Ademir Frare, 42, encontrou no mato um pedaço do
que seria a primeira ossada completa de titanossauro achada em
Monte Alto em somente duas horas de procura.
A descoberta aconteceu em julho de 97, mas somente no mês
passado o esqueleto do maior réptil que habitou o Brasil foi retirado
totalmente da rocha.
Frare é um exemplo de vítimas
da "febre" da paleontologia que
atrai todos os meses aproximadamente 3.000 visitantes ao Museu
de Paleontologia de Monte Alto,
inaugurado em 92.
"Encontrei o primeiro pedaço
de tartaruga escavando, por acaso,
um poço no sítio. Os pedaços saíram na broca", disse.
A partir da descoberta, o sitiante
procurou ajuda do coordenador
do museu, Antonio Celso de Arruda Campos, e disse ter aprendido a
procurar fósseis de dinossauros.
Cantos de serras, erosões e depressões são o alvo preferido dos
caçadores de fósseis na cidade.
"Passei a procurar nos horários
de folga, em diversas propriedades
da região. Cresci aqui e conheço
bem a área", afirmou.
O museu é avisado sempre que
aparecem vestígios nas rochas que
podem ser ossos de dinossauros.
Em seguida, a peça é retirada e recuperada no laboratório do museu, que é mantido pela Prefeitura
de Monte Alto.
Segundo Campos, oficial de Justiça aposentado que se tornou
"arqueólogo amador", as descobertas na região têm acontecido
"quase que por acaso".
"Aqui a rocha sedimentar aflora
mais do que em outras regiões do
Estado", afirmou Campos.
O coordenador do museu recebe
assessoria do paleontólogo Reinaldo José Bertini, pesquisador da
Unesp de Rio Claro.
Há dez anos, a Unesp mantém
uma parceria com o município e
vários alunos viajam até Monte
Alto para conhecer as descobertas.
A ecóloga Silvia Regina Gobbo
Rodrigues, 33, vai fazer mestrado
sobre geologia regional. "Por
meio dos fósseis é possível estudar
o ambiente da época", disse.
O museu de Monte Alto tem
mais de mil fósseis em exposição,
incluindo peças de outras partes
do mundo. Além das partes do titanossauro, o acervo reúne um
ovo de dinossauro fossilizado.
O primeiro osso foi encontrado
em 84, onde hoje existe um núcleo
habitacional. Elvira Franciosi, que
morava em uma chácara, achou
estranha uma forma branca aparecendo em uma rocha. Era um fêmur.
(ALESSANDRO SILVA)
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