Ribeirão Preto, Segunda-feira, 14 de Maio de 2001

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ECONOMIA
Número de registros no SCPC cresceu 21,33% em abril; queda vinha sendo observada desde julho de 98
Inadimplência volta a crescer após 33 meses

DA FOLHA RIBEIRÃO

A inadimplência voltou a crescer em Ribeirão Preto em abril, depois de 33 meses em queda. O quadro de declínio vinha ocorrendo desde julho de 98.
Em abril, o número de registros no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) foi 21,33% maior do que no mesmo período do ano passado. Foram 5.330 registros neste ano contra 4.393 de 2000.
Para o diretor do Instituto de Pesquisas Sociais da ACI-RP, Antônio Vicente Golfeto, vários fatores, que apontam para as crises econômica e política, contribuíram para o aumento da inadimplência.
Os fatores relacionados por Golfeto são as crises na Argentina, Japão e Estados Unidos, o escândalo da violação do painel de votação no Senado, a possibilidade de instalação da CPI da corrupção no Congresso Nacional, o aumento das taxas de juros, a seca, a possibilidade de insuficiência de energia e o aumento da CPMF de 0,30% para 0,38%.
"Tínhamos um começo de ano com muito otimismo. Janeiro e fevereiro foram ótimos para a atividade econômica. Março e abril foram péssimos", afirmou o diretor do instituto.
Ele disse ainda que maio, que é o segundo mês do ano em vendas, está "esquisito". "Há sinais de que a atividade econômica no primeiro semestre pode fechar abaixo do ano passado", disse.
Apesar do crescimento em abril, o número de registros no SCPC nos quatros primeiros meses do ano ainda é menor do que no mesmo período do ano passado. Foram 18.983 em 2001. No ano passado, foram 23.386, uma queda de 18,82%. Até março, essa queda era de 28,11%.
Os registros no SCPC demonstram os índices de inadimplência de pessoa física. Já o número de protestos de títulos é o termômetro da inadimplência das empresas. Esse número também cresceu no mês passado.
Em abril, o número de protestos foi de 5.776 contra 3.765 do mesmo mês do ano passado, um crescimento de 53,41%.
O valor total dos títulos protestados também cresceu. De R$ 2,67 milhões, em abril de 2000, o total subiu para R$ 3,24 milhões no mês passado. O valor médio dos documentos, no entanto, caiu de R$ 707,61 para R$ 561,05.
"É uma faixa de micro e pequena empresas. O número de títulos subiu, mas o valor médio continua em declínio", disse Golfeto.
Do valor total dos títulos protestados em abril, 17,86% foram de cheques, um índice histórico, segundo Golfeto. "Não me lembro de ter visto tantos cheques protestados."
Para ele, essa é mais uma prova de que os pequenos empresários estão com maiores dificuldades para quitar suas dívidas.


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