Secretário fez ontem denúncia à Promotoria de tentativa de coação

Simesp afirma que os médicos municipais foram "expulsos" para dar lugar aos da Oscip, o que considera antiético

DE RIBEIRÃO PRETO

A Prefeitura de Ribeirão entrou ontem à tarde com uma representação no Ministério Público Estadual contra o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo). A ação foi motivada pela confusão ocorrida anteontem à noite na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central.
Na ocasião, representantes do sindicato teriam tentado impedir o trabalho de quatro médicos contratados pela Oscip Inab (Instituto Nacional Amigos do Brasil), que assumiu anteontem a gestão do período noturno.
"Quando cheguei, eles [sindicalistas] estavam trancados numa sala junto com os médicos da Oscip e disseram que estavam fazendo uma reunião clínica", disse o secretário da Casa Civil, Marco Antônio dos Santos.
Mas, segundo Santos, o que os sindicalistas queriam era que os médicos assinassem um documento dizendo que fariam aquele plantão, mas não voltariam mais.
"Enquanto isso havia dezenas de pacientes aguardando por atendimento desde as 10h", afirmou.
O presidente do Simesp, Renato Arena, disse que os sindicalistas não impediram os médicos e que servidores da UBDS foram "expulsos" para que os médicos da Oscip pudessem trabalhar.
"Fomos até a unidade para explicar a esses médicos que eles estão tomando o lugar de outros que estão lutando por melhorias da categoria e que isso é antiético."
Segundo o assessor da Oscip, Geraldo Gonçalves da Silva, 36 médicos foram contratados, mas há dificuldades para fechar o quadro.
"O Simesp está fazendo campanha para coibir que médicos de Ribeirão e região aceitem nossa proposta." O Simesp confirma que mandou carta a hospitais pedindo que médicos não se liguem ao Inab.
(HÉLIA ARAUJO)


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