da Redação

Agressão, tortura, perseguição e medo. Mães que tiveram os filhos adolescentes assassinados ou vítimas de violência em Ribeirão relatam com detalhes os abusos policiais e os espancamentos a que os jovens eram submetidos.
"Geralmente, (os PMs) não deixavam marcas. Acertavam a boca do estômago. Ficava arrebentado quando era preso pela polícia", disse uma delas à Folha.
Ou então: "A polícia fazia marcação dura contra o meu filho. Tinha vez que vinham buscar ele em casa, sem ordem do juiz, sem nada. Chegaram a ameaçar de morte".
Mais: "Bateram nele até com o cabo do revólver" ou "os policiais tinham batido muito nele porque queriam que ele entregasse um outro".
Todos os depoimentos relatam o medo dos envolvidos. "Ele (o filho) me pediu pelo amor de Deus para não procurar ajuda, porque apareceria morto em um canavial."
Sem os filhos, algumas mães já se cansaram de procurar por justiça e se entregaram ao medo. Temem novas perseguições, mais tortura e agressão, mas desta vez contra elas mesmas.
Preferem não falar sobre o assunto, escondem o rosto e vivem de memórias.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice