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Exportação de calçados de Franca cai 38%
Comparação é do primeiro quadrimestre deste ano com o mesmo período de 2008; EUA continuam o maior mercado
Sindifranca aposta em cenário mais otimista para os próximos meses, caso a onda de valorização do real não se confirme
JEAN DE SOUZA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Os primeiros quatro meses
do ano foram de queda para as
exportações de calçados de
Franca. Em 2009, foram vendidos 952.674 pares para o exterior, uma queda de 38,4% em
comparação ao mesmo período
do ano passado, quando foram
exportados 1.483.245 pares.
O maior mercado para os calçados francanos continua sendo os EUA, que compraram 369
mil pares este ano, contra 580
mil no ano anterior. Enquanto
alguns países praticamente paralisaram as compras de sapatos de Franca, outros aceleraram. Para a Alemanha, por
exemplo, o número de pares
caiu de 27 mil para meros 384.
Já para o Kuwait subiu de 6.148
pares para 15.717.
Uma sucessão de fatores negativos tem afetado a indústria
calçadista de Franca ao longo
dos últimos dois anos. Antes de
sentir os efeitos da crise econômica mundial, o setor já sofria
com a valorização do real, que
tornou o calçado nacional mais
caro no exterior.
Antes de tomar fôlego com a
alta do dólar que se iniciou no
final do ano passado, porém, os
exportadores começaram a
perder pedidos com o agravamento da crise econômica
mundial. Com isso, viram o crédito para os negócios secar e a
demanda diminuir.
"As exportações caíram muito e a tendência é continuarem
caindo", afirmou o negociador
do departamento de exportação da D"Milton Calçados Talhes Vieira Leal. Segundo ele, o
número de compradores no exterior caiu em pelo menos 50%.
O cliente mais problemático,
de acordo com Leal, é a Venezuela, considerada até o ano
passado como a principal promessa como destino dos calçados francanos. "Agora, a prioridade caiu lá pra baixo."
Essa percepção é compartilhada pelo empresário José Rosa Jacomete, da Anatomic Gel,
que diz que os embarques para
o vizinho -atualmente o terceiro maior mercado de Franca- podem ser paralisados no
segundo semestre.
Para o presidente do Sindifranca (Sindicato das Indústrias de Calçado de Franca), José Carlos Brigagão, o cenário é
otimista para os próximos meses -caso a atual onda de valorização do real, iniciada no início do mês passado, não se confirme. Segundo ele, os números
de abril, que mostram uma recuperação de 4% nos embarques em relação às exportações
de março, indicam que os clientes estão voltando.
Para o economista-chefe da
Fundação Centro de Estudos
de Comércio Exterior, Fernando Ribeiro, setores exportadores de manufatura, como o calçadista, são vítimas tanto de
condições conjunturais adversas quanto do recente período
recente de crescimento da economia brasileira.
Por um lado, diz, questões
como o câmbio, a crise e a concorrência de outros países tornam mais difícil a exportação
dos produtos. O avanço da renda e a melhora das condições
dos trabalhadores brasileiros
nos últimos outros, por outro
lado, tornam inevitável que a
produção de manufaturados
seja dominada por países com
baixos salários e custos de produção, como a China.
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