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Instituto pode assumir outras UBDSs
Secretaria diz que participação da Oscip deve ser ampliada, caso os médicos da rede municipal aprovem greve
"Os médicos já estão cansados do desrespeito e da falta de palavra do governo", diz presidente do sindicato de Ribeirão
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
A Prefeitura de Ribeirão
Preto não descarta ampliar a
participação da Oscip Inab
(Instituto Nacional Amigos
do Brasil), contratada para
fornecer médicos para a
UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, para
as outras quatro unidades do
município, caso os médicos
da rede decidam mesmo entrar em greve.
Segundo Renato Arena,
presidente do Simesp (sindicato dos médicos), uma assembleia foi marcada para a
próxima quarta-feira, e o
principal item da pauta é a
greve geral da categoria.
"Os médicos já estão cansados do desrespeito e da falta de palavra do governo. Eu
sempre fui contra a greve,
mas diante dessa situação
não vejo outra alternativa."
A situação a que ele se refere é a contratação da Oscip.
O sindicato entrou com uma
ação pública e uma representação no Ministério Público
contra a medida.
A ampliação do alcance da
Oscip é uma das opções que a
prefeitura estuda diante da
ameaça de paralisação.
O secretário da Saúde, Stenio Miranda, disse que não
acredita na adesão dos médicos da rede a uma paralisação geral. Para Miranda, os
profissionais sabem que a
contratação da Oscip não é irregular e estão descontentes
porque vão deixar de ganhar
com as horas extras.
"O problema é que a hora
extra não pode ser rotina como ocorre hoje. Por isso estamos fazendo concursos públicos, processos seletivos e
contratamos a Oscip. O valor
que a prefeitura gasta com
essas horas é muito alto."
O Sindicato dos Servidores
Municipais de Ribeirão também protocolou uma representação no Ministério Público do Trabalho contra o Inab.
Segundo Laerte Carlos Augusto, presidente do sindicato, a contratação fere a Constituição Nacional.
"Apenas funcionários públicos podem trabalhar para
o serviço público. A contratação dessa Oscip mostra uma
clara tentativa de terceirizar
o sistema", afirmou.
O secretário da Casa Civil,
Marco Antônio dos Santos,
disse que foi aberta sindicância para apurar o comportamento dos médicos que trabalhavam na segunda-feira
na UBDS Central, quando a
espera por atendimento chegou a quase dez horas.
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