Ribeirão Preto, Sexta-feira, 16 de Julho de 2010

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Instituto pode assumir outras UBDSs

Secretaria diz que participação da Oscip deve ser ampliada, caso os médicos da rede municipal aprovem greve

"Os médicos já estão cansados do desrespeito e da falta de palavra do governo", diz presidente do sindicato de Ribeirão

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A Prefeitura de Ribeirão Preto não descarta ampliar a participação da Oscip Inab (Instituto Nacional Amigos do Brasil), contratada para fornecer médicos para a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, para as outras quatro unidades do município, caso os médicos da rede decidam mesmo entrar em greve.
Segundo Renato Arena, presidente do Simesp (sindicato dos médicos), uma assembleia foi marcada para a próxima quarta-feira, e o principal item da pauta é a greve geral da categoria.
"Os médicos já estão cansados do desrespeito e da falta de palavra do governo. Eu sempre fui contra a greve, mas diante dessa situação não vejo outra alternativa."
A situação a que ele se refere é a contratação da Oscip. O sindicato entrou com uma ação pública e uma representação no Ministério Público contra a medida.
A ampliação do alcance da Oscip é uma das opções que a prefeitura estuda diante da ameaça de paralisação.
O secretário da Saúde, Stenio Miranda, disse que não acredita na adesão dos médicos da rede a uma paralisação geral. Para Miranda, os profissionais sabem que a contratação da Oscip não é irregular e estão descontentes porque vão deixar de ganhar com as horas extras.
"O problema é que a hora extra não pode ser rotina como ocorre hoje. Por isso estamos fazendo concursos públicos, processos seletivos e contratamos a Oscip. O valor que a prefeitura gasta com essas horas é muito alto."
O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão também protocolou uma representação no Ministério Público do Trabalho contra o Inab. Segundo Laerte Carlos Augusto, presidente do sindicato, a contratação fere a Constituição Nacional.
"Apenas funcionários públicos podem trabalhar para o serviço público. A contratação dessa Oscip mostra uma clara tentativa de terceirizar o sistema", afirmou.
O secretário da Casa Civil, Marco Antônio dos Santos, disse que foi aberta sindicância para apurar o comportamento dos médicos que trabalhavam na segunda-feira na UBDS Central, quando a espera por atendimento chegou a quase dez horas.


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