Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Agosto de 2009

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Multa a carros velhos nas estradas cai 74%

Na região de Ribeirão, houve 1.250 autuações neste ano contra 4.973 no 1º semestre de 2008; em Araraquara, o nº subiu

Facilidade para comprar carro mais novo, pedágio e mais fiscalização são as razões da diminuição, dizem especialistas

DA FOLHA RIBEIRÃO

As multas aplicadas a carros velhos ou considerados sem condições de trafegar nas estradas da região caíram 74,86% neste ano nas estradas da região fiscalizadas pela Polícia Rodoviária de Ribeirão. Já na região de Araraquara, houve um aumento de 66,8%.
No primeiro semestre do ano passado, foram 4.973 autuações na área de Ribeirão contra apenas 1.250 nos primeiros seis meses deste ano. Já na região sob o comando da Polícia Rodoviária de Araraquara, o número subiu de 485 para 809. Por outro lado, somando as duas regiões, as infrações administrativas (falta de licenciamento e de registro) aumentaram 44% no período.
São considerados incapazes de circular os veículos cujas funções vitais estejam comprometidas, como freio, suspensão ou lataria, a ponto de soltar alguma peça. Carros mais novos com pneus muitos lisos também entram na conta.
Os números, segundo especialistas e a própria polícia, indicam uma redução real de carros velhos em circulação. Os motivos, segundo eles, passam pela facilidade de compra de carros mais novos e pela intensificação na fiscalização.
"De fato, são menos carros sem condição de circulação rodando. O povo está cuidando mais dos equipamentos básicos com medo das multas. Até mesmo os veículos mais velhos estão em condições boas", afirmou o comandante em exercício da Polícia Rodoviária de Ribeirão, Antonio Tobias.
A diferença acentuada de um ano para outro, segundo o especialista em transportes da Unicamp Creso Peixoto, se deve ao subsídio no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), em vigor desde janeiro.
"Pelo meu feeling, essa redução quase que induz as pessoas a comprar. Se tinham um carro muito velho, conseguem trocar por um mais novo", disse.
Para Horácio Augusto de Figueiredo, consultor em engenharia de tráfego, a consolidação dos pedágios é outro motivo que contribui para a redução acelerada de "cacarecos".
"Além de fazer uma fiscalização natural, eles [pedágios] custam dinheiro e quem tem um carro de R$ 2.000 ou R$ 3.000 não pensa em gastar dinheiro com pedágio ou manutenção", afirmou.
Ambos concordam, no entanto, que os carros velhos não são o principal perigo nas rodovias, mas sim os novos, com maior potência de motor. Além disso, maus hábitos, como bebidas e sono, aparecem como fatores mais perigosos.
"O índice de acidentes deve baixar, mas não muito. A questão do acidente é mais comportamental do que de equipamento", disse Figueiredo.
Em âmbito urbano, quem faz a fiscalização é o Estado, por meio da Polícia Militar. Os marronzinhos da Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A.) não têm autonomia para autuar ou apreender veículo. Porém, o Estado utiliza o pátio municipal e paga por isso.
"São basicamente carros para trabalho, usados de dia, boa parte do tempo na periferia", afirmou o superintendente da autarquia, William Latuf.


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