Ribeirão Preto, Segunda-feira, 17 de Maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crescem as agressões a médicos em Ribeirão

Total saltou de 8, no primeiro trimestre do ano passado, para 32, no mesmo período deste ano, segundo a Guarda Civil

Superintendente da Guarda Civil afirma que, em horários de maior fluxo, corporação faz o remanejamento de pessoal

Márcia Ribeiro/Folha Imagem
O montador de tendas Carlos Eduardo Silva, 30, com dores na coluna, aguarda na UBDS da Vila Virgínia

LUIZA PELLICANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Agressões verbais e físicas entre pacientes e médicos não são raras em Ribeirão Preto. No primeiro trimestre deste ano, no entanto, o total de ocorrências já é 300% superior ao mesmo período de 2009.
Enquanto no ano passado foram oito agressões a médicos de janeiro a março, neste ano o total foi de 32, segundo a GCM (Guarda Civil Municipal).
O aumento dos casos de dengue na cidade e a demora no atendimento pela falta de médicos nas UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) foram os principais fatores apontados para as agressões.
Para Marco Aurélio de Almeida, presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) em Ribeirão, o número, no entanto, pode ser ainda maior. "Segurança é uma das solicitações que fazemos todos os anos para o secretário da pasta e não somos atendidos. Os guardas estão mais preocupados com crimes contra o patrimônio do que com a integridade física do médico."
Na Vila Virgínia, um dos locais onde há mais casos de agressões, a Folha não encontrou nenhum guarda de plantão na tarde da última quinta. Entre os pacientes descontentes estava Carlos Eduardo da Silva, 30, montador de tenda, que aguardava havia mais de uma hora para ser atendido.
Segundo ele, é fácil entender os motivos de quem agride ou grita com médicos. "Só não estou brigando porque estou com muita dor. Tem coisa que só conseguimos no grito."
Para o presidente da seccional da GCM no Sindicato dos Servidores, Osvander da Silveira, o número de guardas é muito pequeno. "Temos apenas 192 guardas e o correto seria ter mais de 700. Para fazer um bom trabalho deveríamos ter pelo menos três pessoas em cada UBDS", afirmou.
Segundo o superintendente da GCM, André Tavares, nos horários em que o fluxo é maior outros guardas são remanejados.
Em abril, a secretária afastada da Saúde, Carla Palhares, preparou um pacote de ações de segurança para as quatro UBDSs, que contemplava a contratação de segurança privada e a instalação de catraca nas entradas.


Texto Anterior: Médicos prometem triar pacientes em postos de saúde
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.