Ribeirão Preto, Quinta-feira, 17 de Junho de 2010

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Ocupação completa 25 dias na USP de São Carlos

Estudantes acampam na Coordenadoria do Campus em forma de protesto

Os alunos querem mudança no processo seletivo para a moradia estudantil; direção diz que ato é "agressivo"

Edson Silva/Folhapress
Estudante dorme em colchão colocado em frente à escadaria da Coordenadoria do Campus da USP, em São Carlos

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos estão acampados dentro do prédio da Coordenadoria do Campus há 25 dias. Eles reivindicam mudanças no processo seletivo para a moradia estudantil.
A instituição, no entanto, afirma que as alterações solicitadas são ilegais e que só negociará mudanças com base em lei e se os estudantes deixarem o prédio da coordenadoria, que foi invadido no dia 24 de maio.
Um representante do movimento, Camila Cintra, 27, diz que a saída dos alunos "é inviável". "Ao mesmo tempo em que eles [da coordenadoria] dizem isso [que haverá negociação], dizem que a única proposta que será admitida é a deles", afirmou.
Os manifestantes querem a inclusão de estudantes na comissão que seleciona os moradores do alojamento estudantil, como já acontecia antes de fevereiro. "É uma norma aprovada no regimento e que precisa ser colocada em prática", disse Cintra.
A coordenadoria informou, por meio de nota de sua assessoria, que a participação dos estudantes é impossível porque eles são parte interessada no benefício, o que "poderia comprometer a isenção e a impessoalidade" durante o processo.
Por lei, ainda segundo a USP, somente assistentes sociais podem fazer as entrevistas para esse tipo de processo seletivo, uma vez que os candidatos apresentam documentos particulares para comprovar renda.

REVEZAMENTO
O alojamento tem 192 vagas para universitários e mais 60 serão abertas em breve. De acordo com os manifestantes, perto de 40 estudantes participam da invasão e fazem um esquema de revezamento.
Uma média de 15 alunos ficam permanentemente na coordenadoria, segundo o representante dos estudantes no conselho gestor do campus, Paulo Tauyr, 27.
"Nós não fechamos o prédio. Estamos lá para fazer uma pressão, mas o funcionamento está normal", afirmou Tauyr.
Em nota, a coordenadoria e a direção do campus chamaram o ato de "agressivo e desnecessário."


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