Ribeirão Preto, Domingo, 18 de Janeiro de 2009

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Emissão de vistos para o Japão recua 50%

Em outubro, com o agravamento da crise, valores transferidos do Japão para o país tiveram alta de 140%, segundo o BB

Outro indicativo da volta dos brasileiros é a procura por bilhetes aéreos, que subiu até 70% desde outubro na Japan Airlines

DA FOLHA RIBEIRÃO

Embora não existam dados oficiais sobre quantos brasileiros tenham deixado o Japão por causa da crise econômica, índices como a queda na emissão de vistos pelo consulado japonês a partir do final do ano passado, somado ao aumento no número de transferências financeiras entre aquele país e o Brasil apontam para um movimento de volta dos decasséguis.
Segundo dados do Consulado do Japão no Brasil, foram emitidos 50% menos vistos a brasileiros em dezembro na comparação com novembro. Até sexta, o órgão não divulgava o total de vistos emitidos em 2008 porque os dados não estavam consolidados. Em 2007, foram emitidos 23.651 vistos.
Já o Banco do Brasil, o principal agente financeiro que administra transferências de valores entre Japão e Brasil, registrou a partir de setembro do ano passado aumento de 30% no volume de transações e de 100% no valor em comparação com setembro de 2007. Já em outubro, mês do agravamento da crise, a alta foi de 50% no volume de transferências e de 140% no valor transferido.
O banco, que tem 140 mil clientes no Japão, especialmente nas cidades de Tóquio, Nagóia, Gunma e Hamamatsu, informou que o volume de remessas de clientes do Japão ao Brasil aumentou em US$ 100 milhões entre dezembro de 2007 e dezembro de 2008.
O movimento "de volta para casa" também se reflete na procura por passagens aéreas. Segundo Shigehiko Komatsu, diretor de vendas da Japan Airlines, uma das companhias que operam voos para o Brasil, desde outubro a média mensal de procura por bilhetes subiu até 70%, dependendo do voo.
"Isso está acontecendo desde outubro e ficando cada vez pior", afirmou.
Em dezembro do ano passado, um dos responsáveis pela contratação de brasileiros na empresa Suri-Emu, fabricante de componentes eletrônicos para a Sony, enviou um e-mail às agências de empregos no Brasil. O texto, ao qual a Folha teve acesso, revela o tamanho do impacto da crise e a falta de perspectivas de melhora.
"A Suri-Emu, que atualmente está com 2.400 funcionários, prevê que para fevereiro o número diminua para 1.800 [...] Temos receio que daqui em diante surjam movimentos de recontratação de estagiários chineses com mão-de-obra mais barata, em vez de brasileiros. Por esta razão, estamos orientando a todos de uma forma ativa para que voltem ao Brasil", diz trecho do e-mail.


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