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Emissão de vistos para o Japão recua 50%
Em outubro, com o agravamento da crise, valores transferidos do Japão para o país tiveram alta de 140%, segundo o BB
Outro indicativo da volta dos brasileiros é a procura por bilhetes aéreos, que subiu até 70% desde outubro na Japan Airlines
DA FOLHA RIBEIRÃO
Embora não existam dados
oficiais sobre quantos brasileiros tenham deixado o Japão
por causa da crise econômica,
índices como a queda na emissão de vistos pelo consulado japonês a partir do final do ano
passado, somado ao aumento
no número de transferências financeiras entre aquele país e o
Brasil apontam para um movimento de volta dos decasséguis.
Segundo dados do Consulado
do Japão no Brasil, foram emitidos 50% menos vistos a brasileiros em dezembro na comparação com novembro. Até sexta, o órgão não divulgava o total
de vistos emitidos em 2008
porque os dados não estavam
consolidados. Em 2007, foram
emitidos 23.651 vistos.
Já o Banco do Brasil, o principal agente financeiro que administra transferências de valores
entre Japão e Brasil, registrou a
partir de setembro do ano passado aumento de 30% no volume de transações e de 100% no
valor em comparação com setembro de 2007. Já em outubro, mês do agravamento da
crise, a alta foi de 50% no volume de transferências e de 140%
no valor transferido.
O banco, que tem 140 mil
clientes no Japão, especialmente nas cidades de Tóquio,
Nagóia, Gunma e Hamamatsu,
informou que o volume de remessas de clientes do Japão ao
Brasil aumentou em US$ 100
milhões entre dezembro de
2007 e dezembro de 2008.
O movimento "de volta para
casa" também se reflete na procura por passagens aéreas. Segundo Shigehiko Komatsu, diretor de vendas da Japan Airlines, uma das companhias que
operam voos para o Brasil, desde outubro a média mensal de
procura por bilhetes subiu até
70%, dependendo do voo.
"Isso está acontecendo desde
outubro e ficando cada vez
pior", afirmou.
Em dezembro do ano passado, um dos responsáveis pela
contratação de brasileiros na
empresa Suri-Emu, fabricante
de componentes eletrônicos
para a Sony, enviou um e-mail
às agências de empregos no
Brasil. O texto, ao qual a Folha
teve acesso, revela o tamanho
do impacto da crise e a falta de
perspectivas de melhora.
"A Suri-Emu, que atualmente está com 2.400 funcionários,
prevê que para fevereiro o número diminua para 1.800 [...]
Temos receio que daqui em
diante surjam movimentos de
recontratação de estagiários
chineses com mão-de-obra
mais barata, em vez de brasileiros. Por esta razão, estamos
orientando a todos de uma forma ativa para que voltem ao
Brasil", diz trecho do e-mail.
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