DA FOLHA RIBEIRÃO

Taíse Aparecida Pereira de Sousa Kaku, 24, filha de japoneses, ainda está no Japão, mas tem planos para voltar a Ribeirão Preto nos próximos meses. Ela mora na cidade de Kasugai, região central do país, e conta que já existem brasileiros e outros estrangeiros sem emprego morando literalmente embaixo de pontes, especialmente em Hamamatsu, cidade com maior concentração de estrangeiros -são 33.326 num total de 823.628 pessoas.
"Muitas pessoas foram embora. Esses são os que fizeram uma reserva [financeira]. Outros estão abrigados de favor na casa das pessoas que se dispõem a ajudar. E muitas estão morando embaixo da ponte", disse à Folha pela internet.
Os decasséguis explicam que são as empreiteiras, intermediárias na contratação de brasileiros e descendentes pelas empresas japonesas, as responsáveis pelos aluguéis de apartamentos no Japão. O valor é descontado diretamente da folha do trabalhador que, quando perde o emprego, acaba perdendo também a moradia.
Ricardo José Duarte, 32, casado com Suemy Valéria Imada Duarte, 31, vive em Hamamatsu, mas só fica mais quatro meses no Japão. A mulher e os filhos voltam a Franca, de onde a família é, no próximo mês. "Essa é a minha segunda vinda para cá. Não foi das melhores. Mas, graças a Deus, daqui tiramos nossa casa própria", disse, pela internet.


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