Ribeirão Preto, Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009

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Exportação cai 20% na região em janeiro

Juntas, as dez maiores cidades da região exportaram no mês US$ 218 milhões contra US$ 274 milhões em janeiro de 2008

Em cinco cidades, a queda foi superior a 30%; na contramão, Ribeirão, com economia diversificada, teve aumento de 43%


Edson Silva-25.nov.08/Folha Imagem
Linha de produção do Frigorífico Minerva, de Barretos; cidade teve a maior queda nas exportações: 51% em relação a janeiro de 2008

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

As exportações nas dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto caíram 20,4% no mês passado em relação a janeiro de 2008. Trocando em dólares, o total exportado no período caiu de US$ 274 milhões para US$ 218 milhões. Foi a maior queda desde o início da crise, em outubro do ano passado.
Cinco das dez cidades viram as exportações despencar mais de 30% em relação a janeiro do ano passado. Barretos, que tem o comércio exterior baseado nos derivados da carne bovina, teve queda de 51,52%, a maior de todas. Foi seguida por Araraquara (-50,42%), São Carlos (-42,27%), Franca (-37,51%) e Jaboticabal (-30,88%).
Em Araraquara, a queda ocorreu basicamente nos derivados da laranja. O suco concentrado não-fermentado, por exemplo, teve baixa de 68% no mês passado em relação a janeiro de 2008.
Já Bebedouro e Matão, também regiões exportadores de cítricos, tiveram alta de 48% e 5%, respectivamente. A justificativa de especialistas para o contraste no desempenho das três cidades é alguma questão pontual, que pode ir de problemas na viagem de navio à combinação de contratos.
"Pode ter sido uma decisão das grandes empresas de aguardar um melhor momento para exportar, mas é difícil apontar a causa deste buraco negro", disse o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Araraquara, Airton Luís Bertochi.
Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores) concorda com Bertochi e acrescenta que a queda na demanda internacional pelo suco brasileiro foi acentuada pela crise.
Já o setor calçadista de Franca, que viu as vendas para o exterior caírem de US$ 16,7 milhões para US$ 10,4 milhões em janeiro deste ano, recebeu ontem boas notícias do secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Costa. José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), disse que Costa prometeu reembolsar os empresários com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) recolhido das exportações dos últimos cinco anos.
"Os números são preocupantes, mas infelizmente estamos em meio a uma crise que cada vez mais afeta nosso setor. Fizemos a nossa parte, agora precisamos acreditar na promessa do Estado", disse Couto.
Em cidades como Ribeirão Preto, Sertãozinho e Batatais, cuja indústria é forte em maquinário e metalurgia, as exportações cresceram no mesmo ritmo da queda das demais cidades. Com alta de 43%, Ribeirão comemora a diversificação de produtos que negocia.
"Ribeirão tem sorte de não ser dependente de um só setor. No geral, quem conseguiu ter alta, apesar da crise, é quem teria um crescimento monstruoso se não fosse ela. Isto aconteceu graças à desvalorização cambial", disse o diretor do Ciesp em Ribeirão Preto, Fabiano Guimarães.
Em São Carlos, a queda de 42% nas exportações se resumiu basicamente à multinacional Tecumseh, fabricante de compressores herméticos, que viu sua produção chegar próxima do zero com a crise.
Em janeiro de 2008 foram exportados US$ 20 milhões contra apenas US$ 6 milhões no mês passado.


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