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Exportação cai 20% na região em janeiro
Juntas, as dez maiores cidades da região exportaram no mês US$ 218 milhões contra US$ 274 milhões em janeiro de 2008
Em cinco cidades, a queda foi superior a 30%; na contramão, Ribeirão, com economia diversificada, teve aumento de 43%
Edson Silva-25.nov.08/Folha Imagem
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Linha de produção do Frigorífico Minerva, de Barretos; cidade teve a maior queda nas exportações: 51% em relação a janeiro de 2008
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
As exportações nas dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto caíram 20,4% no mês
passado em relação a janeiro de
2008. Trocando em dólares, o
total exportado no período caiu de US$ 274 milhões para US$ 218 milhões. Foi a maior
queda desde o início da crise,
em outubro do ano passado.
Cinco das dez cidades viram
as exportações despencar mais
de 30% em relação a janeiro do
ano passado. Barretos, que tem
o comércio exterior baseado
nos derivados da carne bovina,
teve queda de 51,52%, a maior
de todas. Foi seguida por Araraquara (-50,42%), São Carlos
(-42,27%), Franca (-37,51%) e
Jaboticabal (-30,88%).
Em Araraquara, a queda
ocorreu basicamente nos derivados da laranja. O suco concentrado não-fermentado, por
exemplo, teve baixa de 68% no
mês passado em relação a janeiro de 2008.
Já Bebedouro e Matão, também regiões exportadores de
cítricos, tiveram alta de 48% e
5%, respectivamente. A justificativa de especialistas para o
contraste no desempenho das
três cidades é alguma questão
pontual, que pode ir de problemas na viagem de navio à combinação de contratos.
"Pode ter sido uma decisão
das grandes empresas de
aguardar um melhor momento
para exportar, mas é difícil
apontar a causa deste buraco
negro", disse o diretor do Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Araraquara, Airton Luís Bertochi.
Flávio Viegas, presidente da
Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores) concorda
com Bertochi e acrescenta que
a queda na demanda internacional pelo suco brasileiro foi
acentuada pela crise.
Já o setor calçadista de Franca, que viu as vendas para o exterior caírem de US$ 16,7 milhões para US$ 10,4 milhões em
janeiro deste ano, recebeu ontem boas notícias do secretário
estadual da Fazenda, Mauro
Ricardo Costa. José Carlos Brigagão do Couto, presidente do
Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca),
disse que Costa prometeu
reembolsar os empresários
com o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços) recolhido das exportações dos últimos cinco anos.
"Os números são preocupantes, mas infelizmente estamos
em meio a uma crise que cada
vez mais afeta nosso setor. Fizemos a nossa parte, agora precisamos acreditar na promessa
do Estado", disse Couto.
Em cidades como Ribeirão
Preto, Sertãozinho e Batatais,
cuja indústria é forte em maquinário e metalurgia, as exportações cresceram no mesmo ritmo da queda das demais
cidades. Com alta de 43%, Ribeirão comemora a diversificação de produtos que negocia.
"Ribeirão tem sorte de não
ser dependente de um só setor.
No geral, quem conseguiu ter
alta, apesar da crise, é quem teria um crescimento monstruoso se não fosse ela. Isto aconteceu graças à desvalorização
cambial", disse o diretor do
Ciesp em Ribeirão Preto, Fabiano Guimarães.
Em São Carlos, a queda de
42% nas exportações se resumiu basicamente à multinacional Tecumseh, fabricante de
compressores herméticos, que
viu sua produção chegar próxima do zero com a crise.
Em janeiro de 2008 foram
exportados US$ 20 milhões
contra apenas US$ 6 milhões
no mês passado.
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