Ribeirão Preto, Domingo, 19 de Junho de 2011

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Exportações de grãos para cafés finos duplicam

Produto, que ganhou mais mercado em quatro anos, também é plantado em fazendas da Alta Mogiana

Salto foi de 1,9 milhão para 3,9 milhões de sacas de 60 kg; Brasil produz 20% dos grãos especiais no mundo

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Segundo maior exportador mundial, o Brasil está ampliando sua presença num mercado específico desta commodity: o de grãos verdes de alta qualidade usados na fabricação de cafés finos.
Estimativas da Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) indicam que entre 2006 e 2010, o volume de exportação deste tipo de grão dobrou: de 1,9 milhão para 3,9 milhões de sacas de 60 kg.
O mercado de grãos especiais corresponde a 20% da safra mundial de café -dentro desta parcela, 20% é de produção brasileira, de acordo com a Cecafé.
"É um mercado que cresce muito acima do que o da commodity", diz Edgard Bressani, CEO da O'Coffee, marca de uma empresa da Alta Mogiana que planta, torra e vende café especial.
Países tradicionalmente fornecedores de cafés finos para a indústria, como a Colômbia, adotam a coleta manual para retirar os grãos no período certo de maturação.
No Brasil, o elevado custo da mão de obra impulsionou a colheita mecânica. Com isso, foram desenvolvidos mecanismos para separar os grãos e manter a qualidade.
Nas lavouras da Alta Mogiana, o café é colhido mecanicamente e depois passa em uma máquina que separa os grãos: os murchos boiam na água, os maduros são despolpados e os verdes, enviados a outro compartimento.
Após o processo, o café é avaliado por baristas (especialistas na bebida), que pontuam o produto avaliando acidez, aroma, sabor, entre outros itens. "Acima de 80 pontos, é um café diferenciado", diz Francisco Antonio Corral, dono da fazenda Santana, em Pedregulho. A análise segue para os compradores -todo o processo se repete a cada safra.
As exportações brasileiras de grãos finos compõem "blends" (mistura) de marcas de café refinados, torrados e comercializados em países do mundo todo.
De acordo Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), empresas de torrefação buscam fornecedores no país. Como exemplo, Herszkowicz cita a Illy, uma das maiores empresas do segmento, que usa 60% de grãos brasileiros.


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