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Migrantes procuram trabalho na cidade
da Folha Ribeirão
A busca pelo
emprego é o
maior responsável pela vinda
dos "forasteiros" para Ribeirão Preto. Das
cerca de 11 mil
pessoas atendidas no ano passado
pela Cetrem (Central de Triagem e
Encaminhamento ao Migrante),
72,5% vieram para a cidade procurando emprego.
A pesquisa inédita da Secretaria
da Cidadania e do Desenvolvimento, feita a partir de entrevistas,
mostra que o segundo motivo foi a
localização de parentes (9,26%), o
que também pode significar que
estariam à procura de trabalho no
município.
O estudo demonstrou ainda que
63,7% dos migrantes eram de São
Paulo mesmo, principalmente das
cidades que circundam Ribeirão
Preto e da capital.
Nesta semana, a Folha entrevistou várias pessoas no Quarteirão
Paulista, no centro de Ribeirão
Preto, e encontrou coreanos, mineiros e cariocas, por exemplo.
A baiana Isaurinda Matos dos
Santos, 21, trocou o sertão para
trabalhar como empregada doméstica no Estado de São Paulo.
"A gente vai trabalhando aqui, ganhando e levando a vida", afirmou.
A escolha da cidade, segundo ela,
foi inspirada no exemplo de outros
parentes que fizeram o mesmo e
conseguiram arrumar emprego.
O tabelião Francisco Macedo
Netto, 60, nascido em Jeriquara,
chegou a Ribeirão há 21 anos para
montar o 5º Cartório de Notas.
"Isso aqui é uma capital em miniatura. Tem de tudo, de escola a
saúde", disse o tabelião.
Simpatia
Além da expectativa de arrumar
emprego, há outros motivos que
contribuem com o aumento da população, como a simpatia pela cidade e a rede de escolas.
A atendente Natalice Peixoto
Oliveira Soares, 24, carioca, mudava de cidade com frequência por
causa da profissão do pai, que era
caminhoneiro.
"Até cheguei a voltar para o Rio,
mais tarde, mas não me acostumei
e voltei", disse ela.
Apesar do clima quente, principal reclamação dos entrevistados,
a cidade foi considerada mais
"tranquila" se comparada com as
capitais São Paulo e Rio.
Esse foi o motivo que levou a comerciante Angela Kim, 40, coreana, a trocar São Paulo por Ribeirão
Preto. "Aqui é menos violento",
afirmou ela.
Contudo a "calma" descrita por
eles tem mudado nos últimos
anos. No ano passado, a cidade bateu recorde em mortes violentas
(vítimas de assassinatos e latrocínios) e de apreensão de crack (derivado da cocaína).
O assessor financeiro Leonildo
Balsalobre Lopes, 58, aposentou-se em um banco no Distrito Federal e escolheu Ribeirão por causa
do número de universidades -há
cinco e até o final do ano será inaugurada mais uma.
Juntas, as cinco instituições
-USP (Universidade de São Paulo), Unip (Universidade Moura Lacerda), Moura Lacerda, Barão de
Mauá e Unaerp (Universidade de
Ribeirão Preto)- abrigam cerca
de 23 mil estudantes.
Esse número pode aumentar por
causa da criação de outros cursos.
(ALESSANDRO SILVA)
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