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Qualidade de vida de Ribeirão seduz paulistano e estrangeiro
da Folha Ribeirão
Decidido a se manter no mercado de trabalho, mas morando em
um lugar onde pudesse ter qualidade de vida, o empresário Roberto Secches, 38, fez uma pesquisa no
interior de São Paulo para saber
onde deveria se instalar.
Assim, chegou a Ribeirão Preto e
se mudou com a mulher, Suzana
Maria Vitali, que é professora, e a
filha, Bárbara Vitali Passa.
"A região é muito carente ainda
de técnicas para pesquisa de mercado, filão que pretendo investir",
afirmou ele.
Secches, que trabalha com estudos estatísticos, aposta no potencial de Ribeirão Preto e nos 2 milhões de habitantes que estão em
uma área de 200 km ao redor do
município. "Em população é equivalente ao que existe na Grande
Lisboa, em Portugal", disse ele.
Para o empresário, a cidade ainda permite que alguém almoce em
casa, sem ficar preso no trânsito ou
ser assaltado no primeiro semáforo que parar.
Secches calculou que perdia pelo
menos três horas de seu dia no
trânsito da capital e, como ganhava por hora, isso representava cerca de 25% de sua renda no final do
mês.
Coração
A escolha do croata Alen Biscevic, 30, não foi tão lógica quanto a
que foi tomada pelo empresário.
O músico conheceu o Brasil pela
primeira vez nos anos 80, quando
ainda estava na universidade e veio
visitar seu avô. "Gostei tanto que
prometi voltar assim que terminasse o curso", afirmou ele.
Há quatro anos, quando chegou
a São Paulo, Alen foi convidado
pelo maestro Roberto Minczuk a
entrar para a Orquestra Sinfônica
de Ribeirão Preto.
"Agora, tento levar a cultura daqui para a frente", disse.
Além da língua, Alen se deparou
com o que define como um "mistério" para se adaptar à nova terra:
"a cidade é linda e as pessoas são
muito próximas".
Para o músico, São Paulo parece
mais uma fábrica, com horários rígidos para se fazer tudo.
Em Ribeirão, Alen gosta de passar pela avenida que dá acesso ao
campus da USP (Universidade de
São Paulo), de onde é possível, segundo ele, ver a cidade.
Do contato com a orquestra local
nasceu o quarteto de cordas Orpheus, que reúne, além de um
croata, um búlgaro, um russo e um
brasileiro.
"Na verdade, fui escolhido por
Ribeirão Preto", disse.
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