Ribeirão Preto, Sábado, 19 de junho de 1999

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Qualidade de vida de Ribeirão seduz paulistano e estrangeiro

da Folha Ribeirão

Decidido a se manter no mercado de trabalho, mas morando em um lugar onde pudesse ter qualidade de vida, o empresário Roberto Secches, 38, fez uma pesquisa no interior de São Paulo para saber onde deveria se instalar.
Assim, chegou a Ribeirão Preto e se mudou com a mulher, Suzana Maria Vitali, que é professora, e a filha, Bárbara Vitali Passa.
"A região é muito carente ainda de técnicas para pesquisa de mercado, filão que pretendo investir", afirmou ele.
Secches, que trabalha com estudos estatísticos, aposta no potencial de Ribeirão Preto e nos 2 milhões de habitantes que estão em uma área de 200 km ao redor do município. "Em população é equivalente ao que existe na Grande Lisboa, em Portugal", disse ele.
Para o empresário, a cidade ainda permite que alguém almoce em casa, sem ficar preso no trânsito ou ser assaltado no primeiro semáforo que parar.
Secches calculou que perdia pelo menos três horas de seu dia no trânsito da capital e, como ganhava por hora, isso representava cerca de 25% de sua renda no final do mês.

Coração
A escolha do croata Alen Biscevic, 30, não foi tão lógica quanto a que foi tomada pelo empresário.
O músico conheceu o Brasil pela primeira vez nos anos 80, quando ainda estava na universidade e veio visitar seu avô. "Gostei tanto que prometi voltar assim que terminasse o curso", afirmou ele.
Há quatro anos, quando chegou a São Paulo, Alen foi convidado pelo maestro Roberto Minczuk a entrar para a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.
"Agora, tento levar a cultura daqui para a frente", disse.
Além da língua, Alen se deparou com o que define como um "mistério" para se adaptar à nova terra: "a cidade é linda e as pessoas são muito próximas".
Para o músico, São Paulo parece mais uma fábrica, com horários rígidos para se fazer tudo.
Em Ribeirão, Alen gosta de passar pela avenida que dá acesso ao campus da USP (Universidade de São Paulo), de onde é possível, segundo ele, ver a cidade.
Do contato com a orquestra local nasceu o quarteto de cordas Orpheus, que reúne, além de um croata, um búlgaro, um russo e um brasileiro.
"Na verdade, fui escolhido por Ribeirão Preto", disse.



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