Ribeirão Preto, Sábado, 19 de junho de 1999

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Braçais são maioria, segundo pesquisa

da Folha Ribeirão

Os trabalhadores braçais, pouco especializados, são maioria entre os 11 mil migrantes atendidos no ano passado pelo Cetrem.
Segundo pesquisa, 28% deles disseram ser lavradores, 22%, ajudantes gerais, e 20%, pedreiros.
O estudo mostrou o perfil do migrante: é homem (85%), tem entre 18 e 40 anos (50%) e saiu do próprio Estado (63,7%).
"Eles são mais vulneráveis ao problema do desemprego porque, além da dificuldade normal que há para se arrumar trabalho na cidade, eles não têm preparação suficiente", disse Delvita Pereira Alves, secretária da Cidadania e do Desenvolvimento Social.
A falta de oportunidade para o trabalho braçal tem ligação com as mudanças na agroindústria da região, que chegou a empregar cerca de 90 mil pessoas na década de 80.
Segundo as usinas, cerca de 15 mil postos de trabalho foram fechados no campo, nos últimos seis anos, por causa da mecanização no corte da cana.
De cada cem bóias-frias desempregados com a compra das máquinas, apenas 12 são contratados para operá-las, mas todos em funções específicas, como motoristas.
Hoje, a região é responsável pela produção de um terço de açúcar e por 40% do álcool (combustível) vendido no país.

Quadro
Ribeirão tem 89,3 mil pessoas desempregadas ou que se sustentam por meio de subempregos, o equivalente a 37,5% da população economicamente ativa -daqueles que potencialmente deveriam estar trabalhando.
A estimativa é da Arquidiocese de Ribeirão Preto, feita no início da Quaresma, em fevereiro, como parte da Campanha da Fraternidade, que este ano teve como tema "Sem trabalho...Por quê?"
O desempregado é, majoritariamente, homem (51,7%), tem entre 18 e 25 anos (38,67%) e não completou o 1º grau (52%).
Foram entrevistadas 2.360 pessoas em 60 bairros diferentes, em janeiro passado, por meio de uma parceria com a USP (Universidade de São Paulo).



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