da Folha Ribeirão

A decoradora Maria Machado de Melo, 57, tinha casa própria e era trabalhadora autônoma em São Paulo, quando leu pela primeira vez sobre a existência da "Califórnia Brasileira" no interior do Estado.
"Falavam que aqui era um lugar rico, cheio de esperanças e que prometia futuro", afirmou.
Maria vendeu o apartamento em São Paulo, no Butantã (zona sul), e começou vida nova em Ribeirão, longe dos filhos (já adultos).
Depois de seis anos, vividos na periferia da suposta Califórnia Brasileira, a decoradora tomou uma decisão. "Quero voltar para São Paulo, mas ninguém compra a minha casa aqui".
Entre os motivos para querer se mudar, o principal é a falta de emprego e a distância da família.
"Acreditei na propaganda. Para ser bem sincera, não me dei bem e não consigo mais sair daqui."
Maria nasceu em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e viveu durante 40 anos na capital paulista.
Não existem pesquisas sobre o número de migrantes que vieram para a cidade assim que o apelido foi divulgado.
A região, de acordo com pesquisadores, sempre esteve na rota de migração, principalmente dentro do Estado de São Paulo.
Nas últimas três décadas, a taxa de crescimento da população caiu de 4,11% ao ano para 1,17%, segundo censo do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Um dos motivos seria a falta de opções de emprego.



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