da Folha Ribeirão

Um acordo entre prefeituras, sindicatos e o Banespa, feito nos últimos dois dias, vai permitir que 9.700 servidores públicos de Matão e Ribeirão Preto recebam o 13º salário antes do Natal.
Os servidores municipais vão poder sacar o benefício por meio de um empréstimo no Banespa.
Em Ribeirão Preto, o servidor que optar por essa alternativa terá o crédito depositado em conta corrente no dia 23. Em Matão, o valor sai um dia antes.
As duas cidades, que estão parcelando os salários, devem o 13º salário integral a todos os servidores.
O motivo do atraso, de acordo com as prefeituras, é que houve queda na arrecadação própria.
Pela proposta, o município assina como avalista do empréstimo e dá garantias ao banco de que a dívida será paga até fevereiro.
"Mesmo quem está com o crédito bloqueado na praça conseguirá o dinheiro", disse Camilo Brás Borsoni, secretário-geral do Sindicato dos Servidores de Ribeirão.
A taxa de juros é de 4,5%, menor do que a praticada para outros tipos de empréstimos individuais, que chega a no mínimo 4,8%. Ainda há o acréscimo do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A Prefeitura de Franca deve decidir segunda-feira se usa o mesmo recurso para pagar o 13º salário aos 2.800 servidores municipais da cidade.
Com o novo pacote econômico, o governo bloqueou as linhas de crédito para prefeituras.
"A prefeitura vai pagar os juros do empréstimo feito para os servidores por meio de um abono", disse o prefeito de Ribeirão Preto, Luiz Roberto Jábali (PSDB).
Na segunda-feira, a Câmara recebe projeto do Executivo propondo a criação de um abono, equivalente a 9% do salário de cada servidor, que será pago só em fevereiro.
Para Marcelo Bigal, diretor do Sindicato dos Médicos do Nordeste do Estado, a proposta da prefeitura representa um avanço. "Tudo poderia ser evitado se tivéssemos discutido previamente, mas a proposta agrada."
O prefeito diz que a prefeitura deposita o 13º salário -R$ 8 milhões- dos servidores no dia 20 de fevereiro no Banespa. O valor total dos juros chega a R$ 800 mil.
O servidor pode se negar a receber o empréstimo. Quem quiser o crédito, assina o contrato que estará sendo distribuído na segunda.
Em Matão, com apoio do sindicato, os servidores também poderão fazer o mesmo empréstimo, mas terão de pagar os juros.
Quem recebe R$ 1.000 de 13º salário, por exemplo, paga R$ 82,23 de juros mais IOF -quase 9% de abatimento nos vencimentos.
"Tenho uma dívida que cobra muito mais de juros", afirmou a assistente social Maria Izildinha Manfrinato, 43. Os servidores municipais de Matão ainda estão com o salário de novembro atrasado.
"A prefeitura não poderia custear os juros desses empréstimos pessoais", disse Ademir de Souza, 28, secretário da Administração.



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