da Folha Ribeirão

Pelo menos três prefeituras da região de Ribeirão Preto deixaram 4.850 servidores sem receber o 13º salário ontem -último dia para a liberação do pagamento, segundo a legislação trabalhista.
Apenas a Prefeitura de Franca estuda pagar seus 2.800 servidores na próxima semana por meio de empréstimos pessoais no Banespa e sendo avalista.
Em Rincão, o funcionalismo municipal entrou em greve, conforme anúncio feito ontem pelo sindicato dos servidores.
Os 250 servidores estão sem receber os salários de agosto, setembro e novembro, além do 13º salário deste ano. A folha de pagamento é de R$ 218 mil.
Pelo menos 90% dos serviços públicos, de acordo com o sindicato, estão paralisados. Apenas o pronto-socorro e o setor de distribuição de água estão funcionando.
"A prefeitura está tentando empréstimo com bancos e executando dívidas ativas para pagar os funcionários públicos", disse Oswaldo Catelani Júnior, 35, assessor do prefeito Antonio Benedito Balestere (PFL).
A administração municipal não soube informar quando irá pagar a dívida trabalhista.
Em Bebedouro, a prefeitura propôs pagar o 13º salário em três parcelas, até março de 99. Há 1.800 servidores sem pagamento.
O Sindicato dos Servidores de Bebedouro divulgou ontem que está tentando obrigar o município a pagar juros sobre as parcelas de salário atrasadas.
"O salário mensal ainda está sendo pago escalonadamente, de acordo com a quantia", disse o presidente da entidade, Valdecir Valêncio.
Valêncio afirma que, por enquanto, não está prevista paralisação. "Vamos esgotar todos os meios de negociação."
As três prefeituras afirmam que o pagamento de salários será normalizado a partir de fevereiro, quando os municípios recebem a arrecadação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).

Saída
O prefeito de Franca, Gilmar Dominici (PT), apresentou projeto de lei à Câmara ontem pedindo autorização para ser avalista e quitar o juro dos empréstimos em nome dos servidores municipais.
A prefeitura pretende obter para os funcionários o mesmo empréstimo do Banespa que Ribeirão Preto e Matão conseguiram.
A proposta deve ser votada pela Câmara na segunda-feira, em assembléia extraordinária. A prefeitura deve R$ 1,9 milhão.
"Aprovado o projeto, o dinheiro poderia ser liberado antes do Natal, após a assinatura dos contratos", disse João Carlos Pires, coordenador de finanças da prefeitura.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice